Cigarro eletrônico: armadilha cada vez mais presente

Venda do produto no Brasil é proibida, mas é ampla a sua divulgação em redes sociais e seu uso é crescente entre jovens

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No Brasil, é proibido por lei comercializar, produzir, importar e fazer propaganda de cigarro eletrônico, também conhecido pelas palavras em inglês e-cigarrette ou vape, por causa dos sérios riscos que ele acarreta à saúde – superiores até aos dos cigarros comuns, que já são bem grandes.

Enquanto o cigarro comum tem o limite legal de conter 1 mg de nicotina por unidade, o vape, sem nenhuma fiscalização, chega a ter 57 mg por unidade e, mesmo que um indivíduo fume a sua “carga” aos poucos, ele consome dezenas de vezes mais elementos viciantes e cancerígenos, além de se submeter a severos riscos de mais doenças, como a pulmonar crônica, e mais chances de ter um infarto, por exemplo. Já há até uma nova enfermidade causada pelo aparelho: a evali, sigla em inglês para doença pulmonar associada ao uso de substâncias por cigarro eletrônico (prática conhecida como vaping).

O vape consiste em um mecanismo em que uma bateria aquece água e substâncias em base oleosa (como óleo de tabaco, maconha, etc.) e as transforma em aerossol, que é inalado e depois expirado, o que também põe em risco terceiros que respirem o vapor do aparelho passivamente, assim como acontece com a fumaça do cigarro convencional.

Mais adesão ao cigarro comum
Por seu apelo tecnológico, o cigarro eletrônico tem conquistado cada vez mais jovens da era digital e até crianças, pois são vendidos também com sabores e aromas atraentes, e incitado o uso de cigarros comuns, como comprova um apanhado de 31 pesquisas realizadas entre 2016 e 2020 em vários países, pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), do Ministério da Saúde (MS).

“O cigarro eletrônico aumenta a chance de iniciação do uso do cigarro convencional entre aqueles que nunca fumaram, contribuindo para a desaceleração da queda no número de fumantes no Brasil”, revela a coordenadora de prevenção e vigilância do Inca, a epidemiologista Liz Almeida.

Segundo Liz, o uso do cigarro eletrônico aumenta em mais de três vezes o risco de experimentação de cigarro convencional e mais de quatro vezes o risco de uso dele próprio. A médica esclarece que o produto expõe o organismo a uma variedade de elementos químicos: a vaporização por aquecimento libera nanopartículas do metal do aparelho e das substâncias aquecidas, como a já citada nicotina e outros carcinógenos e elementos causadores de doenças pulmonares e cardiovasculares.

Apesar de ter a comercialização, a importação e a propaganda proibidas no Brasil pela Vigilância Sanitária há mais de uma década (RDC 46, de 28 de agosto de 2009), eles são facilmente vendidos pela internet, no comércio informal e mesmo em algumas das chamadas “tabacarias” que tanto têm sido abertas ao público em todo o País, além de poderem ser comprados em viagens ao exterior.

A médica anestesiologista Ana Cristina Pinho, diretorageral do Inca, adverte que a população precisa entender que, por meios eletrônicos ou convencionais, o tabagismo é uma doença e que “causa milhares de mortes anualmente por doenças crônicas relacionadas ao uso do tabaco, incluindo diversos tipos de câncer como de pulmões, fígado, estômago, pâncreas, rins, ureter, cólon, reto, bexiga, ovários, colo do útero, cavidade nasal, seios paranasais, cavidade oral, faringe, laringe, esôfago e a leucemia mieloide aguda”.

Influência do TikTok
Grande parte dos jovens e crianças que usam o cigarro eletrônico foi influenciada pela rede social mais popular entre sua influenciável faixa etária (abaixo de 25 anos, na maioria): o TikTok, que, segundo uma pesquisa da Universidade de Queensland, na Austrália, mostra o hábito de fumar como algo positivo.

O estudo australiano analisou mais de 78 milhões de vídeos do TikTok em que o vape é mostrado sendo usado de forma divertida, inclusive com uso de músicas e danças. Os pesquisadores consideraram, inclusive, que boa parte desses posts pode ser patrocinada por fabricantes e vendedores do produto, ainda que isso não possa ser comprovado com precisão até o momento.

Alguns vídeos ensinam a mascarar os sinais de que o jovem fumou e a esconder o aparelho dos pais e responsáveis, inclusive em escolas e para passar pela segurança em aeroportos. Com isso, a rede social divulgou que analisará seus posts e retirará do ar os que incitem a vícios.

Proibido, mas usado
Apesar de a própria lei no Brasil ser contra o uso dos aparelhos eletrônicos para o fumo, seu uso só cresce por aqui, assim como a falta de bom senso de boa parte da população. A maconha, por exemplo já é proibida, mas seu uso escancarado nas ruas é cada vez mais visto nas cidades brasileiras, com os fumantes descaradamente obrigando os transeuntes a respirar fumaça tóxica alheia, a exemplo também do cigarro comum. O vape segue pelo mesmo caminho – e é muito utilizado com óleo de maconha.

A única cura possível
É preciso entender que um vício, seja ele qual for, é um problema eminentemente espiritual. Portanto sua cura também deve ser espiritual, como é ensinado no Tratamento Para a Cura dos Vícios, cujas palestras acontecem aos domingos em todas as Igrejas Universal. Muitas pessoas procuram neste Tratamento o auxílio para se livrarem do vício do cigarro convencional, eletrônico ou narguilé, entre outras substâncias que causam dependência, e, em seguida, recebem apoio, assim como seus familiares.

Pelo QR Code abaixo, você poderá saber mais sobre como combater o tabagismo e qualquer outro vício de forma definitiva.

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Colaborador

Redação / Foto: getty images