Cidade de Chapecó se mostra exemplo no enfrentamento da COVID-19

Prefeito diz que conseguiu reduzir casos e mortes por Covid-19 no município usando protocolos como o tratamento imediato e a testagem rápida

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Chapecó, município do Oeste de Santa Catarina na região Sul do Brasil, destaque na agroindústria, é a quinta cidade mais populosa do estado. No dia 4 de abril último, foi citada pelo presidente Jair Bolsonaro como exemplo no combate à pandemia do novo coronavírus — e deve receber a visita dele e do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nesta quarta-feira (7).

Na ocasião, o presidente publicou, em uma rede social, vídeo no qual o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, diz que conseguiu reduzir os casos e as mortes por Covid-19 no município usando protocolos como o tratamento precoce/imediato (que não é de uma medicação específica, mas com prescrição definida conforme necessidade do paciente) e a testagem rápida da população.

No dia seguinte, em uma emissora de rádio, ele afirmou que o número de novas internações na cidade estava próximo de zero e os índices de contágio de 70% dos assintomáticos haviam caído para 19%, apontando para um controle do vírus no município. Neste mesmo dia, ele sofreu acusações de que teria distorcido os fatos em relação aos números apresentados.

“É má fé. Não há distorção. Os números são verdadeiros. O que há é um número muito pequeno, uma ou duas (novas internações), enquanto há duas semanas eram 10 ou 12 diariamente. O fato é que tem uma parte da mídia que quer derrubar o presidente Bolsonaro. E combater que o tratamento imediato, ou precoce, não dá resultado. Em Chapecó os números são inquestionáveis. Evidente que nós tivemos muito óbitos, porque, no final do mês de janeiro, a nova cepa expandiu (…) Mas, nós agimos rapidamente, tomamos as providências e viramos o jogo. Esse é o resultado final, que parte da mídia brasileira não quer entender”, disse o prefeito ao Universal.org.

Sem lockdown

O prefeito de Chapecó ainda reiterou que os índices diminuíram para patamares aceitáveis e que os leitos de UTSI (Unidade de Terapia Semi-Intensiva) montados pelo município já estão fechados. Tudo isso sem prejuízo da economia, visto que a cidade passou apenas por 14 dias de paralisação parcial, em fevereiro, com a finalidade de montar uma estrutura para atender a população.

“Não fizemos lockdown. Fizemos uma paralisação parcial do comércio. Nós tínhamos mais de 50 mil trabalhadores ativos no período. Indústria, agroindústria, transporte público estavam trabalhando normalmente. O que parou, à época, foram as lojas, restaurantes e alguns pequenos segmentos, apenas para nós montarmos as estruturas (de atendimento)”, contou.

Diminuição do número de casos ativos

Embora dados recentes do órgão de Saúde do Estado mostrem que as UTIs ainda estejam com cerca de 97% de ocupação na cidade, isso reflete uma característica da doença que é o longo período de internação, o que provoca o inchaço no sistema de saúde.

Nas últimas semanas, Chapecó registrou diminuição do número de casos ativos de Covid-19 e de pacientes com a doença na fila de espera por um leito de UTI. Tanto que, ao longo dos últimos dias, desativaram a estrutura montada no Centro de Eventos, o CAAC (Centro Avançado de Atendimento Covid-19), com uma UTI semi-intensiva (20 leitos) e uma enfermaria (75 leitos).

“As internações em hospital público são do Oeste inteiro, não apenas de Chapecó. Então, tem 96 internados em UTI no hospital público do Oeste. Só que destes, 54 são de Chapecó. Ou seja, se não tivesse pacientes de fora da cidade, nós teríamos 50% de ocupação da UTI pública. Mas, pegam o número total do Hospital Regional do Oeste e publicam como sendo só de Chapecó”, concluiu o prefeito.

Dos 187 internados na cidade, 121 estão na UTI. Sendo destes, 96 em hospital público e 25 em hospital privado. Isso, segundo boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde da Prefeitura de Chapecó, divulgado na última terça-feira (6).

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Redação / Foto: Getty Images