A primeira menção a Paulo na Bíblia, quando ele ainda era chamado de Saulo, aparece em Atos 7:58, durante o apedrejamento de Estêvão: foi aos pés do jovem Saulo que as testemunhas envolvidas na execução deixaram suas capas. Os versículos seguintes descrevem Saulo como um algoz dos cristãos que assolava a Igreja em Jerusalém, invadia casas e prendia homens e mulheres que seguiam “o Caminho” (Atos 8:1-3).

Resoluto em seu desejo de interromper o avanço do cristianismo, Saulo, que respirava ameaças de morte contra os cristãos (Atos 9.1), solicitou aos religiosos que pudesse prender aqueles que seguiam o Senhor Jesus, liderando uma onda de perseguição contra a Igreja.

De um lado, havia a obstinação de Saulo em erradicar o que considerava um movimento contrário à lei; de outro, estavam os cristãos, que não se intimidavam e continuavam a anunciar a Palavra, demonstrando uma fé corajosa e a força do Evangelho. Esses detalhes serão abordados na série Paulo – O Apóstolo, que estreia em 28 de maio, no Univer Vídeo.

Fé revelada

A autora da série, Cristiane Cardoso, destaca que, por meio da história de Paulo, o público poderá compreender que a verdadeira conversão é marcada pela transformação profunda que ocorre após o encontro com o Senhor Jesus. “O encontro com Jesus muda para sempre a vida de todos que têm esse privilégio”, enfatiza a autora. Para ela, Saulo só viveu essa experiência porque Deus enxergou sinceridade em suas ações, mesmo enquanto ele resistia e lutava contra a própria vontade Divina. Apesar da sinceridade, Paulo continuava “orgulhoso e radical”, segundo Cristiane. Entretanto, sua conversão, explica, “transformou esses defeitos em qualidades: seu orgulho tornou-se humildade e seu radicalismo se converteu em foco. Esse é o poder de Deus: Ele transforma de tal forma que tudo o que antes fazia mal passa a servir para o bem”.

Dois em um

A Bíblia se refere a Saulo também como Paulo (Atos 13:9), demonstrando que ambos os nomes pertenciam à mesma pessoa. No entanto, à medida que suas viagens missionárias avançam, a identidade anterior de Paulo deixa de ser enfatizada. Cristiane destaca que a transformação de Paulo não se limitou apenas a como ele passou a ser identificado, mas também à profundidade de sua fé. Saulo vivia uma fé teórica, baseada em conhecimento e tradições. “Ele conhecia muito bem a fé, mas não sabia vivê-la. Saulo era rígido com as leis e extremamente justo aos seus próprios olhos, a ponto de mandar matar cristãos por puro zelo, acreditando sinceramente que estava prestando um favor a Deus. Pessoas que vivem uma fé apenas teórica tendem a impô-la aos outros, sem compreendê-la de fato”, diz. Já Paulo experimentou uma fé viva e genuína, como elucida a autora: “Ele não apenas ensinava, mas vivia sua fé e a demonstrava em sua conduta diariamente. Ele era um exemplo a ser seguido, a ponto de dizer: ‘Sede meus imitadores, assim como eu sou de Cristo.’ (1 Coríntios 11:1)”.