Apesar dos obstáculos, Universal no Haiti avança: “Nosso lugar seguro é o Altar”
Mesmo enfrentando limitações de transporte e segurança, a Obra de Deus tem chegado aos mais necessitados
Na edição do Obreiros em Foco do dia 2 de dezembro, o Bispo Adilson Silva conversou por vídeochamada com o pastor Gilberto Hora e sua esposa, Elaine, responsáveis pelo trabalho da Universal no Haiti. Em meio a cenários de instabilidade política, violência extrema e limitações de deslocamento dentro e fora do país, o casal relatou como tem sido a missão de evangelizar e libertar pessoas em um dos lugares mais desafiadores do mundo.
Antes da entrevista, o programa exibiu um resumo sobre o Haiti — um país de rica história, cultura vibrante e profundas dificuldades sociais. Primeira nação da América Latina a declarar independência, em 1804, o Haiti tem cerca de 12 milhões de habitantes e convive com pobreza estrutural, riscos climáticos constantes, forte presença de práticas de vodu e, nos últimos anos, uma crise de segurança alimentada por gangues armadas.
A Universal chegou ao país em 2014 e, desde então, expandiu seu trabalho espiritual e social.

Universal no Haiti: um exército em formação para a Obra
O pastor Gilberto celebrou o avanço que a igreja tem experimentado, apesar dos obstáculos. Ele apresentou jovens auxiliares haitianos — alguns com apenas 16, 18 e 20 anos — que estão sendo preparados para servir no Altar.
“Deus nos abençoou nesse último ano. Já temos mais trabalhadores para a Obra, todos haitianos, e estamos formando um exército para ganhar almas.”
Além deles, um pastor dominicano também auxilia o grupo na evangelização. A dedicação dos nativos mostra que o Espírito Santo tem chamado pessoas dentro do próprio Haiti para assumir responsabilidades e fazer o trabalho se multiplicar.

Evangelização com triciclos e núcleos especiais
Mesmo enfrentando limitações de transporte e segurança, a Universal tem levado a fé aos lugares mais necessitados. Com recursos adquiridos recentemente — incluindo triciclos utilizados para ações evangelísticas — as equipes têm montado tendas em bairros carentes, realizado reuniões, transportado pessoas incapacitadas até a igreja e criado novos núcleos fixos.
O pastor Gilberto explica:
“Toda semana estamos em regiões diferentes. Levamos a Palavra, atendemos famílias afetadas pela violência e ajudamos quem perdeu suas casas. O trabalho social também tem sido muito importante.”
Além disso, o Força Jovem Universal, o grupo Calebe e outros projetos sociais seguem ativos e crescendo.

Viver em meio à violência: fé e vigilância
Apesar de muitas conquistas, a realidade do Haiti ainda exige cautela. Por longos meses, a capital Porto Príncipe foi cercada por ataques de gangues, sequestros e confrontos armados. As conexões aéreas foram interrompidas — e até hoje não existem voos saindo do país para o exterior.
“As companhias aéreas deixaram o Haiti depois que bandidos atiraram em um avião. Estamos assim há um ano. O único jeito de sair é tentar viajar de ônibus para outra província.”
Inclusive, o casal relembrou noites de tensão, com ruídos de helicópteros e alertas de risco iminente:
“Houve um dia em que disseram que iriam tomar tudo. Passamos a madrugada inteira em vigília dentro da igreja. Deus nos guardou.”
A esposa Elaine reforçou que os cuidados são constantes:
“Nunca saio sozinha. Andamos sempre acompanhados das obreiras ou de membros da igreja. Quando veem que somos da Universal, já entendem que estamos aqui para ajudar.”

O peso dos problemas espirituais no país
Segundo o pastor Gilberto, a maior luta das pessoas que chegam à Universal no Haiti é principalmente espiritual. Embora haja muitas igrejas evangélicas, o vodu ainda é amplamente praticado — e isso gera profundo sofrimento.
“Tem muita bruxaria. Pessoas que não dormem, que acordam em outro lugar, espíritos que passam de geração em geração. Até entre familiares há obras de inveja e destruição.”
De acordo com ele, muitas pessoas frequentam igrejas, mas nunca passaram por libertação. Por isso, as reuniões de sexta-feira se tornaram essenciais para restaurar a paz e transformar histórias.
Vivendo num lugar perigoso
Por que o casal escolheu permanecer no Haiti, mesmo quando estrangeiros eram aconselhados a fugir do país?
A resposta veio carregada de fé e convicção:
“Não existe salvar a nossa pele. Nosso lugar seguro é o Altar. Ver uma alma sendo liberta, batizada, recebendo o Espírito Santo… isso não tem preço.”
A saber, o pastor Gilberto explicou que a missão de salvar almas é o que renova suas forças diariamente:
“Acordamos todos os dias com uma disposição: ajudar alguém. Quando vemos o desespero nos olhos das pessoas, entendemos por que estamos aqui.”
Casados há 20 anos e com 28 anos de Obra, eles estão fora do Brasil há quase duas décadas.
Em conclusão: frutos em meio ao desafio
Atualmente, cinco pastores atendem as igrejas no Haiti. Aos domingos, cerca de 500 pessoas passam pelas reuniões no país. Ainda assim, o pastor Gilberto reconhece que, sem dúvida, há muito trabalho a ser feito:
“O número de servos ainda é pequeno para a necessidade do país. Mas Deus nos ajuda e vai preparar mais trabalhadores.”
O Bispo Adilson finalizou desejando que o Espírito Santo multiplique esse trabalho e fortaleça cada servo da Universal em solo haitiano.
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