Ação social inédita ajuda detentos a concluir curso de inglês básico

Cerimônia de formatura em presídio do Sergipe contou com a presença de familiares; formandos cantaram na língua inglesa

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Nesta terça-feira (19), um presídio da cidade de São Cristóvão, no Sergipe, recebeu uma cerimônia inédita: a formatura de detentos de um curso essencial em língua inglesa. O evento aconteceu no Complexo Penitenciário Dr. Manoel Carvalho Neto, o Copemcan. Depois de muito estudo, prática e exercícios, 150 presos conseguiram concluir o aprendizado básico do idioma. A conquista foi possível com a ajuda do programa social Universal nos Presídios (UNP).

Por conta de seu uso muito comum por todo o planeta e da oportunidade do acesso a uma cultura apenas disponível em inglês — de pesquisas na Web a uso de aplicativos, filmes, jogos etc. —, aprender a língua é algo particularmente útil. No Brasil, segundo dados do British Council, apenas 5% falam inglês em algum nível. E mais: somente 1% possui fluência no idioma. A partir desses números, os detentos formados no Copemcan começam a integrar um grupo seleto da população e abrem as portas para novas possibilidades — inclusive, profissionais.

Recomeçar é possível 

O responsável pela iniciativa, Amauri Carvalho, explica qual foi o objetivo da ação da UNP, mantida pela Igreja Universal: “Levar aos internos a certeza de que existe a chance de um recomeço. E que eles são capazes disso”. Carvalho também enfatiza a satisfação de ver os rostos dos próprios detentos e de seus familiares diante da conquista: “Nossa alegria é grande ao podermos levar cursos que fazem com que cada um entenda que tudo na vida pode ser diferente”, reflete. Para a cerimônia de formatura ficar mais animada, a UNP também levou doces, salgados e refrigerantes. Houve, ainda, a doação de livros aos participantes.

Giselia Gimenesc, 47 anos, foi uma das 30 pessoas envolvidas no projeto sem precedentes no Sergipe. Ela conta como foi participar desta iniciativa e ajudar os presidiários a aprender a língua inglesa. “Estar ali é presenciar como tudo isso faz diferença na vida de cada um deles. É uma alegria muito grande”. A voluntária destaca, ainda, a apresentação de um coral em inglês feita pelos formandos durante a cerimônia — sob o som do violão e os olhares de suas famílias: “Ver todos se emocionando com a apresentação do coral foi lindo”, lembra.

Um dos detentos beneficiados pela ação social da UNP foi José Augusto, 42 anos. Feliz pela vitória, ele declara: “Para mim, foi algo importante. Eu achava que não era capaz, mas consegui! Isso ficará marcado na minha vida para sempre”. O formando também agradece aos voluntários do programa social: “Vocês são muito importantes para cada um de nós aqui, reclusos”. E Augusto já tem planos para quando deixar o presídio: “Assim que minha liberdade chegar, vou me aperfeiçoar, estudar muito. É para poder ter uma nova história”, sonha.

O programa social Universal nos Presídios (UNP) está em operação há mais de 30 anos. Só em 2022, beneficiou mais de 750 mil presos e apenados, com o objetivo de ajudá-los no processo de reintegração à sociedade.

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Colaborador

Unicom / Fotos: Cedidas