A transformação de quem só sentia desejo de matar
Gleicy Brito mergulhou no mundo do crime, mas encontrou uma saída
Gleicy Brito, de 39 anos, conheceu o sofrimento ainda na infância, vivida em Belém, no Pará. Rejeitada pelos pais, ela foi criada pelos avós e tios e foi abusada sexualmente por familiares. Por causa disso, aos 9 anos, fugiu de casa.
Nas ruas, lutando para sobreviver, ela conheceu a crimininalidade. “Aos 14 anos, comecei a roubar e a me prostituir. Participei de gangues, bebia, fumava e passei a traficar. O meu nome ficou conhecido nas ruas e cheguei a comandar o tráfico de drogas no Estado. Aos olhos humanos, não havia saída para mim”, diz.

Entre as suas piores lembranças estão os homicídios que cometeu. Ela afirma que sentia um forte desejo de matar e que bastou realizar o primeiro assassinato para que outras dezenas de pessoas fossem mortas por ela. Foram cerca de 30 passagens por unidades socioeducativas e presídios onde ficou detida vários anos.
“O trabalho evangelístico da Universal nas unidades socioeducativas já existia, mas eu era orgulhosa e me fazia de forte. Porém chorava escondida sem ter ao menos um abraço. Até encontrava nos amigos uma alegria momentânea, mas sozinha o vazio me atormentava”, afirma.
Quando ganhava a liberdade, voltava com mais afinco para o crime. Então, aos 28 anos, tornou-se traficante de armas – época que conheceu o atual marido, com quem teve um relacionamento cheio de traições e agressões. Aos 30 anos, Gleicy foi detida pela última vez.
Novo caminho
Enquanto estava presa, Gleicy recebeu um convite para participar de uma reunião do grupo Universal nos Presídios. Depois de relutar, aceitou o convite. Ela lembra das palavras que ouviu do pastor: que Deus não consideraria o passado dela, mas as escolhas que ela faria a partir daquele momento. Então, arrependida, decidiu começar uma nova vida e passou a obedecer tudo o que lhe era ensinado. Batizou-se nas águas e teve um encontro com Deus.
“Mesmo presa, eu perseverei na fé. Ouvia a programação da Igreja no rádio, participava do momento da oração no presídio e minha mudança foi grande. Dentro de mim havia paz e certeza de uma nova vida”, relata.
Gleicy teve a pena reduzida e já foi cumprida. Fora da prisão desde 2012, ela afirma que é feliz em todas as áreas. Continua frequentando a Universal com o companheiro, ao lado de quem trocava tiros no passado, e salienta que ele também teve a vida dele transformada por Deus.
Juntos, eles se dedicam ao trabalho evangelístico nos presídios. “Minha maior alegria é entrar em uma unidade prisional e contar meu testemunho. Deus mudou a minha vida quando usou um pastor que acreditou em mim. Hoje, eu acredito nas pessoas”, finaliza.
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