No dia 30 de maio, policiais penais da Penitenciária Estadual de Parnamirim (RN) participaram de uma palestra sobre saúde mental promovida por voluntários do programa social Universal nos Presídios (UNP).

O encontro teve o objetivo de conscientizar os participantes sobre a importância de cuidar bem da saúde mental, especialmente quando o ambiente de trabalho gera tanta tensão, como é o caso do
sistema prisional.

Como foi a ação

A palestra foi conduzida pela terapeuta Ozineide Andrade e contou com a participação de 38 policiais penais.

Os voluntários da UNP também distribuíram exemplares da Bíblia e dos livros Nos Passos de Jesus e Segredos e Mistérios da Alma, ambos de autoria do  Bispo Edir Macedo.

A fé contra a ansiedade e a depressão

O dia a dia desses profissionais é estressante e, em geral, envolve grande tensão psicológica. Mesmo assim, muitos não dão a atenção necessária à saúde mental. Isso resulta em um grande número de agentes penitenciários afastados do trabalho ou em tratamento psicológico por problemas como ansiedade e depressão.

A palestra, além de ressaltar a necessidade de realizar acompanhamento terapêutico, buscou conscientizar os participantes de que a Fé é uma importante aliada no combate às doenças mentais e espirituais, como a própria Ciência já comprovou em diversos estudos.

Um desses estudos foi realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Neurologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UniRio) durante o período mais crítico da pandemia de covid-19, entre maio e julho de 2020.

Analisando médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e técnicos de laboratório, ou seja, profissionais que naquele período viviam sob grande pressão, foi constatado que aqueles que cultivavam a fé tinham mais força e resiliência para lidar com a situação, o que afastava problemas como ansiedade e depressão. À época da publicação do estudo, o autor principal, o cardiologista e neurocientista Julio Tolentino, disse: “Isso poderia ser explicado pelo fato de o maior bem-estar espiritual proporcionar melhor adaptação psicológica frente a situações de estresse vivenciadas por esses profissionais (…) A fé é mais profunda, permite uma visão de mundo mais otimista e pode aumentar a resiliência psicológica”.

A resposta de quem participou

Além da palestra e da doação de livros, os voluntários oraram com os trabalhadores e, ao final do encontro, serviram um café da manhã. O Pastor Paulo Sérgio, responsável pelo trabalho da UNP no Rio Grande do Norte, relata como foi a receptividade à iniciativa: “Depois da Palavra, quando fomos servir o café para eles, recebemos muitos agradecimentos. Um dos agentes chegou até mim com os olhos cheios de lágrimas e nos agradeceu pela realização da ação, pois ele se sentiu valorizado e a Palavra de Deus transmitida falou muito com ele. Ele estava precisando viver um momento
como aquele”.

De acordo com o Pastor, “a UNP não mede esforços para alcançar os sofridos e mostrar que existe, sim, uma esperança, que é o nosso Senhor Jesus”.

Trabalho ininterrupto

A terapeuta Ozineide Andrade conta como começou a atuar nas penitenciárias: “Fui convidada por uma amiga da UNP para participar de um trabalho voluntário e minha responsabilidade seria fazer uma palestra de conscientização sobre saúde mental. Na ocasião atendemos o primeiro grupo de policiais e depois não paramos mais. O trabalho continuou, pois a necessidade de ele ser realizado é grande. Desde então, temos visitado vários presídios na região de Natal”.

Segundo ela, durante o evento, o Senhor Jesus propiciou uma atmosfera de muita paz àquele espaço. “Recebemos muitos agradecimentos e pedidos para não pararmos com o trabalho. Eu, como voluntária da UNP, digo que esse trabalho tem me tirado da zona de conforto e me levado aonde a maioria das pessoas não quer ir. Sou extremamente grata aos voluntários que confiam no meu trabalho e vibram com cada conquista junto comigo”, finaliza.

Alimento espiritual

Eliane Karla foi uma das voluntárias da UNP presentes à ação. Ela salienta que o encontro foi muito importante para todos: “A palestra que foi dada para os agentes penitenciários foi essencial por eles serem tão cobrados pela sociedade. Muitos deles estão dentro de suas casas sofrendo com problemas emocionais. Também notei neles um olhar de esperança, de que há solução. E, por meio da Palavra, eles tiveram conhecimento de que Deus lembra deles. Foi uma manhã de aprendizado e Salvação. Não só levamos o alimento físico, mas também o alimento espiritual”.

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