A realidade por trás da fantasia: conheça 3 mitos sobre a pornografia

Estudos provam que assistir conteúdos pornográficos traz consequências ruins para a saúde física, emocional e até mesmo para os relacionamentos

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O acesso a pornografia aumentou muito durante a pandemia de Covid-19 em relação ao ano passado. Esse tipo de conteúdo, infelizmente, tem iludido milhares de pessoas em relação ao sexo. Mulheres e homens com corpos esculturais mostram cenas de prazer que têm um único objetivo: entreter o espectador. Os atores são pagos para isso e, em muitos casos, são pessoas depressivas ou, até mesmo, usuários de drogas.

A pornografia gosta de se pintar como libertadora, e a mídia, de forma geral, incentiva o consumo como sendo algo normal. Mas, a verdade, é que ela vem aprisionando mentes, destruindo casamentos e a saúde de muita gente. Isso não é libertação. Isso é exploração e manipulação.

Porque muitos usuários não sabem que esse “prazer” é extremamente perigoso e pode causar diversos danos. As mais recentes pesquisas sobre o tema afirmam que a pornografia pode ser o caminho mais rápido para a impotência, por exemplo. Outras sugerem que a pornografia causa, além da disfunção erétil, transtornos psicológicos, como depressão e ansiedade.

Então, por trás de imagens que mostram um sexo fantasioso, existe muita solidão.

Há diversos mitos em relação à sexualidade e, um deles, é de que o homem tem necessidade de acessar a pornografia.

Muitos foram educados sexualmente à base de pornografia e revistas, porque os próprios pais não tiveram uma educação sexual adequada. E os impactos, segundo especialistas, vão desde consequências no campo social até problemas com vício.

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Um estudo irlandês de 2018 publicado no periódico Porn Studies constatou que 52% dos entrevistados homens começaram a usar pornografia aos 13 anos. Outra pesquisa realizada pela Universidade de Middlesex, na Inglaterra, descobriu que 94% dos jovens de 14 anos (meninos e meninas) já assistiram pornografia e 60% deles acessaram o conteúdo pela primeira vez em casa.

Apimenta a relação

Algumas pessoas acham que consumir pornografia faz parte do universo masculino e que precisam se “submeter” à essa situação. Assim, muitas vezes, a mulher tenta aceitar e acaba se calando para não criar atritos no casamento. É claro que essa atitude, além de prejudicar a relação entre o casal, faz com que a esposa se sinta um objeto, uma vez que esse tipo de conteúdo faz questão de retratar a mulher como “um pedaço de carne”, e não como um ser humano normal.

Apesar de os homens consumirem mais, tem aumentado o número de mulheres que acessam sites pornográficos. Além disso, muitos casais tentam usar a pornografia, em comum acordo, para melhorar a relação, ganhar mais “experiências” o que, segundo especialistas, também é uma furada, porque as imagens divulgadas nas cenas são falsas, irreais e fazem com que as pessoas busquem algo na vida sexual que não existe, o que gera frustração.

Um estudo do Journal of Sexual Research (2018) realizado com mais de seis mil casais confirmou isso e constatou que a pornografia gera um impacto muito negativo na maioria dos relacionamentos.

No universo online não é traição

Segundo o dicionário Michaelis da Língua Portuguesa traição significa “quebra de fidelidade prometida e empenhada”. Então, é mais um mito acreditar que ficar cobiçando homens e mulheres em fotos ou vídeos no universo online não configura traição.

Assim, a pessoa que vê pornografia já está traindo. Além disso, ao consumir esse tipo de conteúdo, é comum desenvolver olhares diferentes para outros homens e mulheres, olhar para o corpo deles conforme vê na pornografia. Tanto que há estudos que têm buscado entender a relação entre a “cultura do estupro” com a pornografia.

Muitos casamentos, inclusive, acabam porque um dos cônjuges acessa esse tipo de conteúdo escondido do parceiro.

Não caia nessas ilusões

A pornografia hoje em dia está em todo lugar, propagandas com mulheres seminuas, vídeos que “prometem ajudar você a ter um mehor desempenho”, mensagens de WhatsApp e por aí vai.

Sem falar dos sites que fazem de tudo para ganhar seu click. Alguns deles, inclusive, são meros chamarizes para pegar seus dados e depois vendê-los a outras empresas de olho nas suas preferências para saber quais produtos lhe oferecer de acordo com seu gosto ou, até mesmo, fazer chantagem.

Uma pesquisa feita pelas universidades norte-americanas Carnegie Mellon e da Pensilvânia analisou mais de 22 mil sites de vários países. Foi descoberto que 93% desses sites (quase 21 mil) vendem os dados do usuário para ao menos sete empresas diferentes.

Mas, o perigo da pornografia vai além de tudo isso. Com o consumo revelado, muitos homens e mulheres perdem seus casamentos e até empregos.

Por isso, o mais correto a se fazer, caso você já tenha caído nessa armadilha, é buscar ajuda para vencer esse vício. Se esse não é o seu caso, é preciso manter-se vigilante quanto ao que possa levá-lo à pornografia, desde bloquear as mensagens ou grupos que faz parte até não navegar mais em sites que apostam nesse tipo de conteúdo.

O sexo é uma extensão do amor e respeito entre o casal e não um ato de egoísmo. A fidelidade começa no pensamento e nos olhos, por isso, pratique o amor verdadeiro, o amor inteligente.

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Colaborador

REFLETINDO SOBRE A NOTÍCIA POR ANA CAROLINA CURY | Do R7 / Imagens: Getty Images