A incoerência do Twitter: Trump é violento. O Talibã, não

Enquanto o ex-presidente dos EUA segue bloqueado na rede social, membros de uma perigosa organização terrorista fazem propaganda

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Um fato curioso chamou a atenção do mundo nesta semana. Dois porta-vozes do Talibã, grupo terrorista que tomou o governo do Afeganistão, têm contas no Twitter e seguem propagando suas ideologias online.

Entretanto, desde janeiro deste ano o ex-presidente americano Donald Trump continua banido da mesma rede social acusado de incitar a violência. Isso aconteceu dois dias depois de centenas de manifestantes pró-Trump invadirem o Capitólio dos Estados Unidos.

Ademais, pessoas em várias partes do planeta se perguntam o que faz o algoritmo do Twitter e/ou seus donos a considerar um presidente eleito democraticamente mais perigoso do que um grupo terrorista que, abertamente, propaga atitudes e ideologias violentas.

Repercussão mundial

No Brasil, uma jornalista e colunista da “Gazeta do Povo”, Madeleine Lacsko, escreveu uma análise sobre o assunto. “Incitar invasão do Capitólio é violência, postar vídeo de invasão armada e incluir até criança em apedrejamento não é”, refletiu.

Além disso, o site Christian Post também divulgou que um congressista republicano chegou a enviar uma carta ao CEO do Twitter, Jack Dorsey. O deputado Doug Lamborn acusava o Twitter de não colocar esforços de verificação de fatos nas contas do Talibã ou de bani-los por serem uma organização violenta.

“É impossível ver como os relatos de Zabihullah Mujahid e Yousef Ahmadi [porta-vozes do Talibã] não violam suas políticas”, escreveu. Ele ainda acrescentou que estava “claro que o Twitter tem viés político em seus algoritmos e um padrão duplo preocupante” e solicitava “uma resposta imediata”.

A rede social, por sua vez, disse à Newsweek que manterá as contas do Talibã de acordo com os padrões de conteúdo e “continuará a aplicar proativamente nossas regras e revisar o conteúdo que pode violar as regras do Twitter, especificamente as políticas contra a glorificação da violência, manipulação de plataforma e spam”.

Inversão de valores

O Talibã nunca escondeu a bandeira radical que defende – inclusive, sua história se relaciona com os ataques do 11 de setembro de 2001. E, por outro lado, Donald Trump havia sido eleito democraticamente. Apesar da negativa por parte do Twitter, aparentemente, o que acontece é uma visão parcial dos casos. O que é errado está se tornando certo, cada vez mais.

Como o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, pontuou: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.” 2 Timóteo 3:1

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Da redação / Fotos: iStock - Reprodução Twitter