A bênção de 12 casais

Com mais de 30 anos de relacionamento, Bispos e suas respectivas esposas compartilharam experiências e dicas, além de abençoarem a vida amorosa dos alunos da Terapia do Amor

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Já se tornou comum vermos a declaração de votos entre os noivos diante de amigos e familiares se desgastar na rotina do dia a dia e ser esquecida na intimidade do lar. Mas, mesmo em meio a uma época em que a separação é a saída para muitos casamentos, ainda há casais com décadas de união, realizados e que são verdadeiros referênciais de matrimônio, apesar das dificuldades que enfrentaram ao longo do tempo de relacionamento.

Qual é o segredo deles? A resposta é: conhecer o Autor do Amor e praticar o Amor Inteligente. Bom, pelo menos esse é o segredo comum a 12 casais, cada um deles com mais de 30 anos de união, que estiveram presentes à reunião especial da Terapia do Amor, realizada no Templo de Salomão, em São Paulo, em 25 de maio. A reunião foi conduzida pelo Bispo Renato Cardoso, mas todos os casais no Altar também deram dicas e oraram para abençoar a vida amorosa de casados e solteiros.

Dicas de três décadas de experiência e sucesso

Por ser o casal com a união mais longeva, que totaliza 54 anos, o Bispo João Batista e sua esposa, Marilene, foram os primeiros a aconselhar os alunos. “As pessoas ficam procurando alguém à sua imagem e semelhança. Eu e Marlene não temos muita coisa em comum: eu gosto de sol, ela não; eu gosto de praia, ela não; eu sinto muito calor, ela sente frio; eu gosto de carne, ela não come carne. Contudo aprendemos a respeitar os limites um do outro porque não somos iguais”, ensinou o Bispo João Batista.

Dentre as muitas dicas de experiências, os solteiros foram contemplados com um conselho destinado especialmente a eles, embasado na história do Bispo Marcus Vinicius e de sua esposa, Ângela. Ele contou que esperava estar apaixonado ao iniciar um relacionamento, mas, ao ser orientado a usar a fé, começou a construir a sua vida a dois: “pelo fato de não sermos apaixonados no início, isso deu a oportunidade da Ângela me conhecer e de eu conhecê-la. Geralmente, a paixão cega e isso leva as pessoas a cometerem erros e a fazerem escolhas equivocadas (…), mas a Bíblia fala ‘o justo viverá pela fé’ e minha relação com ela começou pela fé. Essa fé gerou o carinho e o amor”.

Para tratar dos desafios da convivência conjugal, o Bispo Adilson Silva e sua esposa, Rosana, citaram Atos 18: “Deus, que é perfeito, conviveu por 40 anos com pessoas imperfeitas. Ele suportou, sendo perfeito, as imperfeições. Imagine nós, humanos imperfeitos, convivermos com uma pessoa e não suportarmos as imperfeições dela? (…) O Espírito de Deus que esteve com o povo lá no deserto está em nós e faz com que um suporte a humanidade do outro” disse ele. Já Rosana completou: “não é suportar o pecado, o erro, a traição, mas a humanidade da pessoa. Não é fácil. Como o Bispo João Batista falou, há diferenças gritantes, mas o amor tudo suporta”.

O Bispo Marcelo Silva e sua esposa, Luiza, também deram um conselho. “É comum culparmos o outro, fazermos exigências ao outro e não termos olhos para enxergarmos a nós mesmos. Ela veio com uma bagagem pesada, difícil, e eu achava que eu era suficiente. Estávamos na igreja, tínhamos o Espírito Santo e buscávamos o mesmo Deus e eu achava que esse fato e eu éramos suficientes para ela”, contou o Bispo. A transformação dela, porém, só ocorreu quando ela recorreu a Deus para guiá-la, fazer dela outra mulher e tirar a bagagem pesada que ela carregava.

Já o Bispo Marcos Leão relatou que era extremamente calado e sua esposa, Beth, queria que ele contasse detalhes do seu dia, o que não acontecia. Ela compartilhou qual foi a solução encontrada: “você tem que fazer sua parte. Não é só dizer ‘Espírito Santo, me ajude’. Quando ele chegava, por mais que eu quisesse perguntar, ficava quieta e ele começou a observar. Eu pedi ajuda do Espírito Santo, fiz a minha parte e hoje ele me conta tudo”.

Por fim, foi a vez do Bispo Júlio Freitas e sua esposa, Viviane, compartilharem diversas dicas, como a de nunca dormir sem resolver os problemas e aborrecimentos, mesmo que tenha que acordar o cônjuge que está cansado, aborrecido e chateado, pois, depois, haverá um sono tranquilo para ambos. Viviane explicou que essa disciplina foi possível porque priorizaram o Senhor Jesus: “imagine se Ele voltasse naquela noite e eu estivesse chateada”. O Bispo ainda aproveitou para revelar mais um fato do matrimônio: “quando enfrentamos problemas pessoais na família relacionados aos filhos, não nos desesperamos, não paramos de servir a Deus e Deus se encarregou de fazer o que tinha que fazer e fez o que Ele faz, que é o impossível. Quando nós O priorizamos, Ele se encarregará do resto”.

A reconstrução do Eu 2.0 continua
Na ocasião teve início a quinta fase da Reconstrução do Eu 2.0: A Infraestrutura. “Imagine que você mora em uma casa visualmente perfeita, mas que não tem eletricidade nem água. Essa casa não serve para nada, porque não tem infraestrutura. O ‘novo eu’ também precisa de infraestrutura. Quais são nossas fiações? O que é o encanamento? A razão e a emoção”, disse o Bispo Renato Cardoso.

A razão e a emoção são capacidades e poderes dados por Deus, mas, se não soubermos usá-los com sabedoria e equilíbrio, eles podem destruir o relacionamento. Sua esposa, Cristiane, disse que muitos usam apenas a emoção e ignoram a razão: “usar a emoção é importante, mas ela tem o seu lugar e o seu momento”. O Bispo Renato finalizou a palestra dizendo: “o erro é usar a emoção de modo errado, na hora errada, do jeito errado e para a coisa errada. É como misturar eletricidade com água”.

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Colaborador

Laís Klaiber / Fotos: Demetrio Koch