Bebês de encarceradas recebem massagem de massoterapeutas para aliviar dores

No Brasil, 466 mulheres presas estão grávidas ou são lactantes. As mães criam filhos em celas precárias e inapropriadas para as crianças

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Estar atrás das grades não é nada fácil para um adulto, e as condições são ainda piores para as crianças que vivem em ambientes carcerários. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), divulgado em setembro deste ano, 466 mulheres estão grávidas ou são lactantes.
Para aliviar o estresse dos bebês nesses ambientes, massoterapeutas voluntários do programa social Universal nos Presídios (UNP) de Santa Catarina, utilizam a massagem para trazer benefícios aos recém-nascidos que vivem na maternidade infantil da Penitenciária Feminina de Criciúma.
A técnica melhora a respiração, o aparelho digestivo aliviando dores como cólicas e ajuda também o bebê a ter um sono tranquilo e profundo.
“O resultado da massoterapia é ótimo. A massagem atua na ansiedade do bebê, pois a maioria vem de uma gestação não planejada. Nós também conscientizamos as detentas grávidas sobre o aleitamento materno”, relata a voluntária Andreia Fernandes Mota.
As presas gestantes recebem também enxovais, fraldas e leites. Elas participam, ainda, de cursos de qualificação profissional como estética facial, manicure e maquiagem.
Gestantes e mães abandonadas
A precariedade dos estabelecimentos penais foi constatada em inspeções do CNJ. Foram encontradas mães e crianças recebendo alimentação inadequada e alojadas em acomodações impróprias.
Faltam também ginecologistas ou obstetras para o atendimento pré-natal das grávidas e pediatras para atender os recém-nascidos que vivem nas cadeias brasileiras.
Mães encarceradas
O trabalho com mães e filhos acontecem também em outros estados. No Rio de Janeiro, por exemplo, os voluntários da UNP realizam o evento “Mamãe UMI”, onde acontece um desfile com as detentas grávidas e as que já deram à luz.
A ação é realizada na Unidade Materno Infantil, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, (RJ).
Segundo a coordenadora da UNP Feminino no Rio de Janeiro, Fabíola Silva, a ação ajuda a elevar a autoestima da presa e auxilia a enfrentar as mudanças hormonais e físicas no momento da gestação.
Neste ano, o evento acontecerá no dia 27 de novembro.

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Colaborador

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