Endometriose: uma doença dolorosa e silenciosa

Saiba como diagnosticar e tratar essa enfermidade que pode causar dores excruciantes e até infertilidade

Cólicas e indisposição podem ser comuns no período menstrual, mas não é porque algo é comum que devemos considerá-lo normal. A dor é sempre um indício de que algo não está bem e ela não precisa fazer parte da rotina feminina. Dores na região pélvica antes ou durante a menstruação, durante a relação sexual, alterações intestinais e urinárias no período menstrual, além de dificuldades de engravidar, podem ser sinais de endometriose. Ela causa impactos físicos e emocionais, gera diminuição do desempenho de atividades cotidianas e foi considerada, em 2019, pelo Serviço Nacional de Saúde
do Reino Unido, como uma das 20 doenças mais dolorosas do mundo. A dor da endometriose equivale à causada, por exemplo, por fraturas ósseas, infarto, apendicite e úlcera estomacal.

No Brasil, segundo estimativa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a doença afeta cerca de 10% da população feminina na fase reprodutiva ou cerca de 10 milhões de mulheres. Essa fase é o período em que elas podem ter filhos, ou seja, desde a primeira menstruação (menarca) até a última (menopausa). Assim, apesar da incidência ser maior em pessoas que têm entre 25 e 35 anos, a endometriose pode surgir tanto em adolescentes quanto em mulheres com idade próxima aos 50 anos.

“Os sintomas da endometriose podem ser facilmente confundidos com simples cólicas menstruais, o que pode gerar atraso na obtenção do diagnóstico e prejuízos cada vez maiores para a vida da mulher”, explica a médica ginecologista Débora Maranhão.

Débora destaca que a dificuldade de chegar ao diagnóstico é porque “o sintoma de dor muitas vezes é negligenciado tanto pelas pacientes, que demoram a procurar o ginecologista, quanto pelos médicos, que o associam a cólicas menstruais ou não valorizaram as queixas da paciente”.

Além disso, segundo a médica, outro ponto de dificuldade é a carência de profissionais capacitados para avaliar com precisão as imagens e realizar o diagnóstico correto tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) como em serviços particulares e convênios médicos. Quando o diagnóstico é precoce, o tratamento pode ser bem-sucedido e, se for tardio, pode causar sequelas.

Por ser uma doença que engloba inúmeros fatores e que não tem origem definida, não há um método comprovado cientificamente de prevenção.

Contudo manter um estilo de vida saudável auxilia na qualidade de vida e diminui a probabilidade de que ela ocorra.

Confira, ao lado, mais informações sobre a endometriose.

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Colaborador

Núbia Onara / Arte: Edi Edson