“Fui dependente dessa doença e levei minha filha a ser dependente”

Renatta foi diagnosticada com uma enfermidade crônica na infância e isso colocou a ela e sua filha sob risco de morte, durante a gestação

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A os 9 anos, Renatta Vieira, hoje promotora de 27 anos, sentiu seus batimentos cardíacos ficarem acelerados por três horas e, dias depois, o ritmo de seu coração se alterou novamente e, por isso, sua família a levou para a emergência. “Fui diagnosticada com arritmia cardíaca, mas não era uma arritmia simples. O doutor explicou que meu coração chegava a 285 batimentos por minuto, quando o normal seria 80. Ele falou que o fato do coração disparar assim era preocupante, pois era como se eu estivesse tendo uma parada cardiorrespiratória. A partir daquele dia, comecei a fazer acompanhamento e tratamento com medicamento controlado”, conta.

Ela descobriu que, mesmo dormindo, corria o risco de ter taquicardia, pois seu coração tinha uma veia a mais. Aos 18 anos, ela foi submetida a uma cirurgia e o procedimento não deu certo: “o médico falou que não conseguiu resolver o problema e que estudaria mais para tentar fazer uma nova cirurgia. Foi quando comecei a tomar mais remédios, que eram mais fortes e deixavam minha língua dormente”.

Ela engravidou aos 21 anos e, por conta de sua saúde, a gestação foi de risco. Ela teve de repousar e usar medicamento para permitir que o bebê se desenvolvesse. “Fui dependente dessa doença e levei minha filha a ser dependente dela também. Quando entrei no oitavo mês, a doutora falou para que eu parasse de tomar o remédio para segurar a criança porque uma operação cesariana seria arriscada para mim”, diz.

Uma testemunha antes do testemunho
Ela parou de usar a medicação, foi internada porque perdeu líquido amniótico e, apesar de não ser o momento ideal, o parto foi induzido. Durante as 28 horas de trabalho de parto, o coração dela disparou e ela fez o inimaginável: falou com Deus.

Ela explica por que fez isso: “meu irmão servia a Deus e me lembro que, diante de todas as minhas crises e do meu comportamento rebelde, ele estava dentro de casa servindo a Deus e nunca me criticou, mas sempre falava: ‘eu creio que Deus vai salvar a Renatta e ela servirá ao meu Deus comigo’. Então, quando meu coração disparou, eu orei: ‘Te imploro: me ajude. Me ajude, porque eu sei que o Senhor pode’. Os médicos não sabiam mais o que fazer. Quando pedi ajuda a Deus, Ele fez o parto da minha filha”, revela.

 

A filha de Renatta, Allana Vieira, nasceu prematura e foi levada para a UTI neonatal, ao mesmo tempo que a mãe lutava contra uma hemorragia que durou cinco horas. Renatta orou novamente: “faço um voto com o Senhor. Salve a minha vida e a da minha filha e vou Te servir. Vou Te servir como meu irmão Te serve. Eu não Te conheço, mas tenho uma base”. Depois de três dias ela recebeu alta e em uma semana sua filha saiu da UTI.

Cumprindo a palavra

Para seguir a recomendação de não expor a filha a nenhum risco, Renatta não saía de casa. No entanto, com apenas dois meses de vida, Allana contraiu bronquiolite e ficou 15 dias internada: “eu pensei: fiquei esses dois meses em casa para que ela não ficasse doente e, ainda assim, ela quase morreu.Chega! Vou para a igreja”.

Na Universal, ela aprendeu sobre o Espírito Santo e, antes de usar sua Fé em prol da cura, ela priorizou sua Salvação. Ela fez votos, propósitos e correntes, sempre obedecendo e orando: “não quero só a cura, quero o Espírito Santo. Não quero só a bênção, quero o Abençoador”. Em três meses, ela se batizou nas águas e obteve a cura antes de ser batizada com o Espírito Santo. “Tive alta do cardiologista com quem me consultei dos 9 aos 21 anos. Hoje não vou mais ao cardiologista nem tomo remédio. Estou totalmente curada e a minha filha, que o médico disse que provavelmente teria asma e usaria bombinha para o resto da vida, está com seis anos e é completamente saudável. Nossa saúde é perfeita e só nos restou o testemunho porque não tivemos sequelas. Só nos restaram as fotos de onde Deus nos tirou e onde Ele nos colocou por meio do voto, da fé, da obediência e do crer. Nosso Deus, o Doutor dos Doutores, fez por mim e por minha filha o que os médicos não conseguiram fazer”, conclui, destacando que hoje também serve a Deus.

Arritmia cardíaca:

Normalmente, o coração realiza de 50 a 90 batimentos por minuto (bpm). No entanto, quando não há ritmo nos batimentos, seja por um fator externo, seja por algum aspecto físico, a patologia é chamada de arritmia cardíaca.
Há dois tipos de arritmias: a bradicardia, quando a frequência cardíaca fica abaixo de 50 bpm; e a taquicardia, quando o ritmo é acelerado e acima de 100 bpm em repouso. Ambos os tipos podem levar ao colapso do coração e à morte súbita

FONTES: Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde e Hcor (Hospital do Coração)

Bronquiolite:

É uma infecção viral que acomete os bronquíolos (parte delicada do pulmão e que é responsável pela distribuição do ar dentro do órgão). A bronquiolite comumente começa com um resfriado e os sintomas se agravam em um ou dois dias, inclusive com tosse intensa e dificuldade para respirar

FONTE: Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)

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Colaborador

Laís Klaiber / Fotos: cedidas