“Lockdown inverso” contra a Covid-19 

Chapecó, em Santa Catarina, é um exemplo na luta contra o novo coronavírus e não recomenda paralisação de comércio e serviços

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João Rodrigues, prefeito da cidade catarinense de Chapecó, que possui 224 mil habitantes, divulgou recentemente como conseguiu reduzir os casos e as mortes por Covid-19 no município com protocolos como a testagem rápida da população e o tratamento precoce (ou imediato, como preferem alguns especialistas). Ele também disse que a população deve permanecer ativa e trabalhando, desde que cumpra as normas de higiene recomendadas pelas autoridades de saúde.

Rodrigues afirmou que o número de novas internações na cidade está próximo de zero e cita as providências que levaram a isso: testes rápidos para identificar em larga escala pessoas que possam estar com o novo coronavírus e o isolamento imediato delas para tratamento, o que ele chama informalmente de “lockdown inverso”, pois trata-se de isolar só quem já tem a doença, em vez de toda a população – que fica prejudicada com a paralisação ou diminuição do trabalho, o que afeta a economia.

Em entrevistas a vários veículos de comunicação ao longo dos últimos dias, Rodrigues afirmou que o investimento pesado em testagem rápida e “tratamento precoce-imediato” ajudou a impedir que infectados com o novo coronavírus transmitissem a doença. A prefeitura investiu no aumento de leitos e capacitou todos os postos de saúde da cidade para a situação emergencial.

Quando Rodrigues assumiu o mandato em janeiro de 2020, Chapecó vivia o pior momento da pandemia, com a intensificação dos casos relacionados à chamada cepa de Manaus. O prefeito diz que não recomenda este ou aquele tipo de tratamento com medicamentos, pois isso fica a critério dos médicos, “que prescrevem tratamentos de acordo com o que acreditam”.

O administrador municipal alega que se gera muita polêmica desnecessária em relação ao tratamento precoce, que para ele se trata simplesmente do tratamento rápido da doença assim que alguém é diagnosticado com ela. Rodrigues alega que parte da imprensa e a oposição esquerdista têm “satanizado” o tratamento precoce, em vez de focar em salvar vidas, e que, se alguns políticos se concentrassem em salvá-las, estariam testando rapidamente, isolando os enfermos, tratando deles e colocando a população para trabalhar e produzir.

Conforme o último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde chapecoense (até o fechamento desta edição), desde o início da pandemia foram confirmados 34.432 casos de Covid-19 e 563 mortes por causa da doença, com 95 pacientes hospitalizados atualmente por causa do vírus. O prefeito reconhece que o vírus ainda não foi eliminado, mas está controlado no município. “Minha pergunta é sempre: como é que Chapecó passou por essa fase em menos de 60 dias? Fomos dos piores resultados do Brasil aos melhores números. Os óbitos chegaram a 18 por dia. Hoje, a média é de dois ou três. Antes da Covid-19, a média era de cinco mortes diárias. Basta ter foco, fé, coragem e união da sociedade.”

Rodrigues recomenda: “não fale de política, não fique debatendo se o tratamento precoce é bom ou ruim. Faça tudo que tem que ser feito. É exatamente isso que está dando certo na nossa cidade. A prioridade é salvar vidas.”

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Colaborador

Redação