O que antes era visto como um despretensioso passatempo em revistas de variedades ganhou “status” de estilo de vida. O horóscopo está em toda parte: de aplicativos com milhões de acessos diários a colunas fixas em jornais e portais. Ele circula nas redes sociais, conversas e até influencia decisões importantes — da escolha de um emprego aos rumos de relacionamentos amorosos. Para muitos, trata-se apenas de uma curiosidade inofensiva — uma leitura matinal para começar o dia.

A cultura pop reforça esse hábito ao transformar expressões como “mercúrio retrógrado” — que associa o suposto movimento do planeta para trás à ideia de instabilidades na vida — em memes, justificativas para atrasos ou desculpas para dias ruins.

Por trás da aparência divertida e da curiosidade cultural, o fenômeno revela números robustos: em 2023, o Brasil foi o quarto país do mundo com mais buscas por mapa astral, segundo o Google Trends, atrás apenas da Argentina, do Uruguai e do Chile. Entre os milhões de acessos, chama a atenção o fato de que uma parte significativa das pessoas que consulta horóscopo se declara cristã. Diante disso, uma pergunta é inevitável: é possível conciliar a fé em Deus com a confiança em mapas astrais?

A contradição é enorme: ao se apresentar como guia e oferecer previsões sobre o futuro, o horóscopo colide com a fé cristã, que reconhece apenas a soberania de Deus sobre todas as coisas. De um lado, há um movimento global que legitima a astrologia revestido de linguagem moderna, científica e até psicológica. De outro, vem a Palavra que denuncia essa prática como engano espiritual.

Enquanto o Evangelho garante livre-arbítrio, a astrologia prega destinos selados: não há escolha, não há mudança, apenas repetição do que os céus supostamente “determinaram”.

Confiar nos céus para decifrar a vida é, indiscutivelmente, retirar de Deus o espaço de exclusividade que Lhe pertence.

SEDUÇÃO MODERNA OU PERIGO ESPIRITUAL

Estudos mostram que horóscopos estimulam impulsividade, acertam tanto quanto o acaso, e divórcios não têm relação com “compatibilidade astrológica”. A Bíblia também desmonta essa lógica: Esaú e Jacó nasceram juntos, mas viveram destinos opostos (Gênesis 25). Confiar nos astros é, no fundo, idolatria.

UM CAMINHO SEGURO

Só Deus dá clareza, paz e direção reais. Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida…” (João 14:6). Fé verdadeira e horóscopo não se misturam: ou se confia nos astros que mudam, ou no Criador imutável. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32).

SUPERSTIÇÕES: AS IRMÃS DO HORÓSCOPO

Amuletos como pé de coelho, trevo de quatro folhas, simpatias, cabala, búzios, tarô e numerologia revelam um traço comum da humanidade: a busca por sinais e rituais para controlar o destino. Mas todas essas práticas têm a mesma raiz — substituir a confiança em Deus por objetos, fórmulas ou rituais na esperança de proteção, sorte ou orientação. O resultado é sempre o mesmo: desvio da fé e perda da verdadeira segurança espiritual.

O QUE A BÍBLIA DIZ

A Bíblia é clara quanto às práticas que tentam prever o futuro ou afastar a confiança em Deus.

Em Deuteronômio 18:10-12, está escrito:

“Entre ti não se achará (…) nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro (…) pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor.”

Sobre isso, o Bispo Renato Cardoso alerta: “Não é inteligente relegar o destino e as decisões da sua vida à posição dos astros. Deus nos considera de tal forma que não envia sinais ou estrelas, mas o próprio Espírito dEle para nos guiar. Ele quer ser nosso GPS, nossa direção — ir adiante de nós. Mas isso só acontece se O convidarmos.”