ABADS realiza exposição releitura das obras de artes

Mostra cultural marcou final do primeiro semestre letivo com apresentação dos trabalhos feitos pelos alunos à comunidade

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A Associação Brasileira de Assistência e Desenvolvimento Social (ABADS), que há mais de 70 anos cuida de pessoas com deficiência intelectual (DI), transtorno do espectro autista (TEA) e síndrome de Down (SD), realizou um projeto de releitura de obras de arte durante o primeiro semestre deste ano.

A iniciativa mobilizou a presidência e a direção, os professores e os auxiliares, os alunos e seus pais e transformou o aprendizado em uma verdadeira experiência lúdica e sensorial. Mais do que recriar as obras de artistas plásticos, pintores, escultores e muralistas, o projeto estimulou a criatividade de cada um dos alunos. Isso porque “reler” uma obra não é copiar, mas recriar adicionando ou retirando elementos e explorando diversos materiais.

Além de ajudar no desenvolvimento social e psicomotor dos alunos, o projeto ampliou o repertório cultural deles de forma divertida e envolvente.

Artistas na prática

A presidente da ABADS, Rose Amorim, relatou o que foi essa experiência: “Estamos muito felizes com esse resultado. Foi um projeto manual que envolveu o tempo desse aluno e desse professor. Não está na inteligência artificial, não está na internet. Lá é só uma foto. Aqui é, de fato, a arte. A nossa intenção é esse desenvolvimento. Não é só cumprir um cronograma, que é necessário, mas mostrar que todos eles têm sensibilidade e capacidade. Fica claro o quanto a gente investe em pessoas e acredita no talento de cada uma delas. É muito emocionante ver os alunos se reconhecendo, apontando o trabalho exposto para mostrar que foram eles que o fizeram, e validar, obviamente, o trabalho dos professores que conseguiram extrair o máximo de cada aluno”.

Sobre a exposição

Para celebrar o talento e a dedicação dos alunos, o projeto culminou na exposição Releitura das Obras de Artes, aberta aos familiares e à comunidade escolar no dia 27 de junho.

A responsável pelas relações institucionais da ABADS, Marcia Rocha, também falou da iniciativa: “Vimos o quanto eles se dedicaram e se empenharam com a ajuda dos professores, porque necessitam desse apoio, mas todos tiveram a sua participação. Vemos o quanto isso é importante no desenvolvimento dos alunos. Quando o desafio e a possibilidade são colocados diante de nós e conseguimos realmente fazer aquilo acontecer, temos uma satisfação pessoal muito grande. Vê-los aqui visitando a sua obra de arte é maravilhoso. Todos os envolvidos estão maravilhados com o resultado final”.

Mostra cultural marcou final do primeiro semestre letivo com apresentação dos trabalhos feitos pelos alunos à comunidadeLúdico e sensorial

Para este projeto, cada sala de aula mergulhou na biografia e no universo criativo de um grande artista, explorando estilos e técnicas únicas. A seleção incluiu nomes como Eduardo Kobra, Criola, Vincent Van Gogh, Tarsila do Amaral e Claude Monet.

O professor Everton Dias contou como foi desenvolver este trabalho tendo como referência o pintor e escultor brasileiro Ivan Cruz: “As obras dele retratam brincadeiras da infância, como pião, barquinho de papel e pipa. Fizemos as releituras e também alguns projetos de brincadeiras no pátio da escola, um ambiente externo da sala de aula, que envolveram artefatos que o artista coloca na obra dele. Trabalhamos com tintas, pincéis, tampinhas e botões, por exemplo. Adaptamos as atividades para eles porque tem que ser uma coisa mais lúdica e sensorial. Tudo foi escolhido a dedo para que conseguissem ter um desenvolvimento pedagógico e motor com as obras que foram apresentadas a eles”.

A importância da ABADS

Magali Pereira é mãe de Rafaela, de 20 anos, uma das jovens alunas com síndrome de Down. Ela fala da importância das atividades da ABADS na vida da família: “Logo que entrou aqui, há quase 11 anos, a Rafaela já começou a participar da dança e das apresentações. Ela também sempre fez as atividades de artes. Eu gosto desse tipo de trabalho porque minha filha adora pintura. A gente observa todos esses trabalhos e os olhos brilham. Não é um trabalho só de artes, é tudo integrado. Eles aprendem a ter foco, acompanham as orientações e se desenvolvem”.

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Colaborador

Michele Roza / Fotos: Guilherme Branco