“As meninas me chamavam de ‘coisinha de Jesus’”
Veja como Tâmara Pereira enfrentou o complexo de inferioridade e se livrou de um relacionamento abusivo
A conselheira tutelar Tâmara Pereira, de 36 anos, que mora em Salvador (BA), aprendeu com sua mãe os preceitos que norteiam os caminhos do Senhor, mas, com 14 anos, se afastou da Universal. “Eu via as meninas usando roupas curtas e elas me chamavam de ‘coisinha de Jesus’ pelo modo recatado como eu me vestia. Todas já tinham namorado e eu queria fazer as mesmas coisas, ser desejada e aceita no meio do grupo para preencher um vazio que eu sentia. Comecei a ir às baladas de domingo a domingo”, conta.
Aos 17 anos, ela se envolveu com um rapaz. “Eu queria me casar virgem, mas ele me convenceu de que sexo era normal entre namorados. Depois que me entreguei, ele disse que o sentimento por mim tinha esfriado e começou a passar com outra mulher na minha frente. Eu me senti inferiorizada e entrei em depressão. Entre idas e vindas e, apesar das diversas traições da parte dele, ele passou a cercear a minha vida. Ele era o meu senhor e fazia questão de me tratar como lixo. Quando eu colocava um vestido para agradá-lo, eu ouvia que estava parecendo um saco de batatas”, lembra.
Tâmara tentava se firmar no trabalho e nos estudos, mas não conseguia. “Fiz dois cursos de faculdade e larguei no meio. Angustiada, eu ia para uma praça perto de casa e ficava sentada vendo as pessoas passarem. Eu sentia muita dor. Cheguei a pedir a Deus para que tirasse a minha vida. Eu não tinha coragem de tirá-la, pois sabia que estaria destinada ao inferno. O relacionamento abusivo durou quase dez anos e depois que terminou cheguei até a me envolver com homem casado, enquanto o vazio dentro de mim só crescia”, diz.

Só depois de tantas dores e humilhações, Tâmara resolveu voltar à Universal em busca de Deus. “Chegou um domingo e eu fui à igreja na reunião das 10 horas da manhã. Falei com Deus o que estava se passando. Eu me derramei como se fosse o meu último dia de vida. Falei que queria morrer e Deus me aceitou nos braços dEle. Eu senti aquela limpeza dentro de mim. Tudo o que o pastor falava e ensinava, eu comecei a trilhar. Entrei no grupo jovem e fui aprendendo a como chamar a atenção de Deus”, detalha.
Ela fez exatamente como era ensinado e passou a evangelizar também. “Comecei a ler a Palavra de Deus todos os dias e a buscar o Espírito Santo. Eu fazia todos os propósitos de fé, como a Fogueira Santa e o Jejum de Daniel. Abri mão de toda a minha vida. Em uma das reuniões o pastor falou: ‘se você já não faz mais nada de errado, trocou sua vida e tudo por Deus, agora Ele vai descer sobre você, receba o Espírito Santo’. Ali tive certeza de que minha transformação estava completa”, afirma.
Tâmara se livrou da ansiedade, da depressão e do vazio que sentia, voltou aos estudos e se formou em administração. Sua bênção foi tão completa que ela conheceu Leonardo Santos, com quem está casada, na Igreja. “Eu e o Leonardo nos casamos há cinco anos. Eu não imaginava de forma nenhuma o que poderia acontecer com a Presença de Deus em minha vida. Não tenho mais aquele complexo de inferioridade nem o desejo de morrer. Se não fosse a Presença dEle em minha vida, não iria adiantar absolutamente nada, nem casamento nem faculdade. Eu me sinto completa com Deus”, conclui.
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