Egito: o maior país do mundo

Entenda como era a terra em que Abrão viveu

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A novela Gênesis (Record TV) mostrou nesta semana a chegada de Abrão ao Egito. O Patriarca saiu de Ur, onde nasceu, passou por Harã e Canaã, e finalmente se estabeleceu em um dos países mais poderosos de sua época.

Quando Abrão chegou ali, o Egito já existia há mais de 1.500 anos.

O Egito é um país situado na África. Apesar de estar rodeado por uma região desértica, o país foi construído às margens do Rio Nilo, o maior rio em extensão do mundo. Tal localização permitiu que o Egito se tornasse uma potência tanto em agricultura, o que fez com que a região se tornasse extremamente fértil.

novela genesisEstar às margens do Nilo também facilitou o desenvolvimento da economia local. Produzindo mais do que as nações vizinhas, os egípcios desenvolveram habilidades de navegar o rio para negociar com povos distantes.

Foi também o rio que permitiu com que o Egito explorasse a mineração nas regiões ao redor. Há registros históricos que mostram que os egípcios, especialmente no reinado de Amenemhat III (na novela, interpretado por André Ramiro) costumam utilizar seus militares e engenheiros para buscar pedras preciosas em regiões até então inexploradas.

Tanta riqueza possibilitou o desenvolvimento de tecnologias que foram essenciais ao desenvolvimento da humanidade.

Medicina egípcia

É possível que os egípcios tenham sido os primeiros a utilizarem a anestesia, mais de 40 séculos atrás. A cultura ocidental só popularizou a anestesia no século 18 d.C. Muitos procedimentos médicos e remédios utilizados até hoje têm registro de utilização no Egito.

No livro “O Legado do Antigo Egito”, o historiador Warren R. Dawson, da Universidade de Oxford, relata que há extensa documentação de cirurgias delicadas, o engessamento de membros com ossos quebrados, e todo o sistema circulatório do corpo humano.

Esse é outro diferencial da cultura egípcia. Povos da época transmitiam seus conhecimentos oralmente, o que impossibilitava a exatidão de registros. No Egito, tudo era muito bem documentado, para que os mais novos aprendessem e desenvolvessem a medicina.

Foi essa documentação, por exemplo, que deu origem ao uso da aliança até os dias de hoje. Os egípcios acreditavam que, do coração, partiam veias para cada membro do corpo. Na mão esquerda, essa veia chegava ao dedo anelar.

O hábito de tomar o pulso para medir as batidas do coração também nasceu no Egito. O entendimento de que o cérebro coordenava ações motoras também.

A medicina egípcia era tão avançada que, provavelmente, eles tenham sido os primeiros a engessarem ossos quebrados, a amputarem membros, a cauterizarem e a realizarem – com sucesso – cirurgias intracranianas. Isso há mais de 4 mil anos.

Uma cena curiosa mostrada pela novela Gênesis é a das rainhas do Egito realizando um teste de gravidez ao urinar em sementes. De fato, os primeiros registros de tais testes são egípcios. Os grãos eram uma mistura de cevada que, caso germinasse, apontava que a mulher estava realmente grávida.

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Quando Abrão chegou ao Egito, também já existiam ali médicos especializados. Esse era o único país em que cada profissional cuidava de uma parte do corpo. Haviam, inclusive, dentistas. Eles utilizavam brocas, drenavam abcessos e faziam próteses de ouro.

Aliás, utilizar pontos para fechar feridas também era um hábito daquele Egito antigo.

Ao contrário de outros países, ali todos tinham acesso aos médicos. Os trabalhadores braçais utilizavam uma espécie de “plano de saúde”, pago com trabalho. E os servos e escravos que tinham valor a seus senhores recebiam tratamento.

Utilização da natureza

Para dominar a agricultura, os egípcios desenvolveram tecnologias de irrigação e barragem das águas do Nilo. Também aprenderam a estocar água para períodos longos de seca. Eles eram capazes de levar água – com controle de intensidade – até as plantações.

A egípcia foi a primeira civilização a construir barcos diferentes para cada função, como militar, religiosa ou cargueira. Sua veloz frota marítima era uma arma importante na defesa das terras.

Eles foram os primeiros a utilizar pedras em larga escala. Eram capazes de compor, polir, cortar e moldar pedras conforme a necessidade. Na época de Amenemhat III, os tijolos já possuíam o formato e tamanho do que utilizamos hoje.

Haviam dutos para evitar desmoronamento de terras e sua tecnologia de fundição de metais é a base do que ainda se utiliza hoje, assim como as técnicas de solda e joalheria.

Culturas que se perpetuaram

Os egípcios foram os primeiros a utilizarem camas de madeira e estrados. Provavelmente os primeiros a realizarem policiamento com animais, como macacos e babuínos que perseguiam ladrões de mercado. Foram eles também que criaram móveis dobráveis e várias técnicas de utilização de vidros.

Químicos excelentes, os egípcios, por séculos, foram os mais avançados em perfumaria. Suas maquiagens, inclusive, protegiam contra o sol.

Outra cena mostrada na novela é o descobrimento de lápis-lazulis por Terá. Essa pedra era utilizada para a confecção de joias e ornamentos de imóveis.

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Homens se julgavam deuses

Como também já apareceu em Gênesis, os egípcios “acreditavam que faraó era uma encarnação de um deus.” Amenemhat III reinou por 20 anos ao lado do pai. Após governar sozinho, ele também concedeu a seu filho o poder do reinado-conjunto.

Logo abaixo dele estavam os sacerdotes, os nobres e os escribas.

Apesar de ter um reinado pacífico na era de ouro de sua dinastia, Amenemhat III é conhecido por sua crueldade ao matar qualquer desafeto.

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Conheça mais sobre a cultura egípcia e entenda como foi a passagem de Abrão pelo local assistindo a novela Gênesis, de segunda a sexta, na Record TV.

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Colaborador

Andre Batista / Imagens: Record TV