Sarampo volta a fazer vítimas fatais

Ministério da Saúde realiza nova campanha de vacinação para reforçar o combate à doença

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O sarampo voltou a fazer vítimas. Até o fechamento desta edição, mais três mortes foram registradas em São Paulo: uma bebê de 10 meses, que não foi vacinada, na cidade de Itapevi; um homem de 53 anos, em Santo André, no ABC paulista; e um menino de 1 ano, em Francisco Morato, na Grande São Paulo. Desde o início do ano, 12 pessoas já morreram no Estado. Outra morte registrada no País foi em Taquaritinga do Norte, no agreste pernambucano.

Nos últimos 90 dias, o Brasil registrou 5.404 casos confirmados de sarampo, sendo que 97% deles estão concentrados em 173 municípios do Estado de São Paulo, principalmente na região metropolitana. O restante dos casos foi registrado no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão, Paraná, Piauí, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Pará, Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Goiás, Bahia e Sergipe.

Por isso, o Ministério da Saúde iniciou uma nova campanha de vacinação nacional que termina em 25 de outubro e que tem como público-alvo crianças de 6 meses a 5 anos ainda não imunizadas. Entre 18 e 30 de novembro, ocorrerá a segunda fase da campanha, focada em jovens de 20 a 29 anos. A meta é vacinar 2,6 milhões de crianças na faixa prioritária e 13,6 milhões de adultos.

Para que todos sejam vacinados, o Ministério da Saúde comprou 60,2 milhões de doses da vacina tríplice viral. “A vacina é um direito da criança. Ela não consegue ir sozinha a uma unidade de saúde para se vacinar. Pais, responsáveis e avós, chequem a carteira de vacinação como ato de respeito e de amor. Se estiver incompleta, leve a criança para tomar a segunda dose. Se a criança não tiver tomado nenhuma, ela deve tomar a primeira dose e, na sequência, a segunda”, enfatizou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante o lançamento da campanha.

Falta da Pentavalente
Além do aumento de casos de sarampo, outro problema também preocupa: a falta da vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e hemófilo B.

Os primeiros problemas com a vacina, produzida pela empresa Biologicals E. Limited, foram identificados no início do ano. Naquela ocasião, três lotes foram reprovados pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). Em junho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a importação da vacina. Por isso, a falta do imunizante, que já é sentida em vários postos do Sistema Único de Saúde (SUS), poderá se tornar ainda maior até o final do ano.

De acordo com o Ministério da Saúde, para atender à demanda, novas compras com outros fornecedores já foram realizadas e a entrega das vacinas será feita de forma escalonada. Os primeiros carregamentos devem chegar apenas em novembro, se for cumprido o calendário prometido.

A demora na entrega é atribuída à dificuldade de produção. Em nota, o Ministério da Saúde informou que não há dados que indiquem situação de emergência em relação às doenças protegidas pela pentavalente e afirmou que existe estoque suficiente para ações de bloqueio, caso ocorram surtos.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Foto: Getty Images