Evite acidentes dentro de casa

Casos recentes de crianças afogadas em baldes reacende alerta para pais e responsáveis. Saiba como tornar os ambientes mais seguros para os pequenos

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No dia 12 de outubro, uma menina de um ano e quatro meses morreu depois de cair dentro de um balde com água e se afogar. O acidente aconteceu em Guarapari, no Espírito Santo, e é mais comum do que se imagina. Em setembro, uma criança de um ano e nove meses morreu afogada em um balde que estava dentro de um banheiro na cidade de Jundiaí, em São Paulo. Em agosto, outra criança de um ano e seis meses também faleceu por afogamento em um balde em Palmeira, no Paraná.

Todo cuidado é pouco quando se trata de crianças, especialmente nos primeiros anos de vida. Eduarda Marsili, gestora de projetos da organização Criança Segura, destaca que as crianças de zero a quatro são mais suscetíveis, pois a estrutura do corpo delas é mais delicada e mais frágil e nem todos os seu ossos estão formados.

“A criança vê o mundo de uma forma mais lúdica e não tem noção do perigo. Além disso, a cabeça pesa mais do que a do adulto, ela representa 25% do peso corporal, o que faz com que a criança ande de um jeito diferente e sempre caia com a cabeça. Por isso é tão perigoso o afogamento: a criança não tem toda a estrutura do pescoço formada e não tem força nem discernimento para levantar. Bastam 2,5 centímetros de água para ocorrer um afogamento”, alerta.

Mortes
Os acidentes são a principal causa de morte de crianças de um a 14 anos no Brasil. Em 2017, os afogamentos representaram a segunda causa de morte mais comum nessa faixa etária, sendo responsáveis por 26,1% dos casos. Já os acidentes de trânsito ocuparam a primeira posição, com 32,5% das mortes. A sufocação ficou em terceiro lugar, com índice de 21,2% das mortes.

A cada ano, cerca de 3,6 mil crianças brasileiras morrem e outras 111 mil são hospitalizadas por causa de acidentes, segundo levantamento da Criança Segura feito a partir de dados do Ministério da Saúde.

Até as crianças maiores precisam de cuidados especiais. “Mesmo aos 14 anos, a criança ainda tem uma visão de mundo diferente e a maturidade não acompanha seu tamanho. Crianças são distraídas e não têm noção do perigoso. Por isso, pais e responsáveis devem protegê-las em todas as fases e dar o exemplo, respeitando regras de segurança”, esclarece Eduarda.

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Colaborador

Rê Campbell / Arte: Éder Santos