As atitudes da mãe são decisivas na vida dos filhos

Ações negativas da genitora geram marcas difíceis de apagar. Ao mesmo tempo, seus bons exemplos podem definir o futuro dos filhos

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De que forma as atitudes da mãe afetam o futuro de um filho? A história da atriz norte-americana Demi Moore mostra que traumas relacionados à figura materna podem marcar para sempre a vida de uma pessoa. Recentemente, a atriz revelou detalhes de sua adolescência conturbada em entrevista ao programa Good Morning America, dos Estados Unidos.

Demi Moore contou que foi vítima de estupro aos 15 anos. O agressor era um homem desconhecido que havia entrado na casa da família com o consentimento da mãe dela. Segundo a atriz, depois do crime, o homem perguntou como ela se sentia sabendo que foi vendida pela mãe por US$ 500. “No fundo do meu coração, não acho que tenha sido uma transação direta”, afirmou. “Mas ela deu acesso a ele e me colocou em perigo”, completou. Antes da agressão, ela já havia presenciado várias tentativas de suicídio da mãe. Por causa do ambiente complicado, Demi saiu da casa de sua mãe e abandonou a escola ainda na adolescência.

Cobranças
Durante alguns anos, Janusia das Graças Reis Silva, (foto abaixo)  de 43 anos, enfrentou dificuldades de relacionamento com sua filha mais velha, Laryssa Nathalia da Silva, hoje com 18 anos. No início, ela acreditava que a filha fosse culpada pelos conflitos. Na tentativa de mudar o comportamento da jovem, Janusia admite que cometia excessos. “Eu a sufocava com cobranças, queria que ela fosse a melhor aluna, tivesse boas notas e a comparava com outras crianças. Vivíamos em meio a brigas e acusações, não havia diálogo.”

Essa história começou a mudar há cerca de dois anos, quando Janusia recebeu um convite para participar do projeto Escola de Mães, da Universal. “A partir das palestras, percebi que precisava mudar a forma de tratar minha filha.” Ela explica que decidiu reduzir as imposições para compreender as necessidades de Laryssa.

Segundo Janusia, uma tarefa proposta pela Escola de Mães mudou sua forma de encarar a maternidade. “Quando recebi o desafio de promover algo para que minha filha tivesse prazer de voltar para casa, não sabia o que fazer. Quando falei com Deus sobre o assunto, Ele me mostrou o cachorrinho que temos em casa. Percebi que tinha que receber minha filha com festa e não com cobranças, mas meu orgulho não me permitiu cumprir a tarefa”, admite.

Depois de alguns dias, Janusia se deparou com uma situação difícil. “Quando cheguei em casa, meu marido estava chorando porque havia encontrado nossa filha bêbada na rua. A partir daquele momento, decidi mudar. Na segunda-feira seguinte, quando minha filha voltou da escola, eu a abracei, beijei, falei que estava com muita saudade, a peguei no colo, coisas que eu nunca tinha feito na vida.”
Janusia diz que sua atitude quebrou o gelo entre elas. “Nós começamos a conversar e ali nasceu uma amizade e um respeito mútuo. Hoje somos amigas e continuo frequentando a Escola de Mães”, diz ela, que também é mãe de Hevelyn, de 14 anos.

Escola de Mães
Edineia Dutra, (foto abaixo) responsável pelo projeto Escola de Mães, lembra que os pais têm papel fundamental na formação física, emocional e espiritual dos filhos. “As crianças são como esponjas que absorvem tanto os bons como os maus exemplos. Por essa razão, a mãe não deve apenas educar com palavras, mas principalmente com bons exemplos, já que eles costumam se fixar mais na memória das crianças do que as orientações verbais.”

Segundo ela, o uso descontrolado de internet é um dos obstáculos enfrentados pelos pais na educação dos filhos. “O excesso de informações e estímulos gera nas crianças ansiedade e muitas vezes descrédito na palavra dos pais. Um exemplo disso é a quantidade de crianças influenciadas por blogueiros menores de idade. Mas a responsabilidade por estabelecer limites ao acesso a qualquer tipo de conteúdo on-line é dos pais.”

O projeto Escola de Mães foi criado em 2012 com o objetivo de valorizar e prestar assistência aos pais que desejam vencer os desafios de criar filhos na atualidade. O projeto oferece atendimentos individualizados e aulas mensais sobre temas com base nas necessidades dos pais. “As aulas teóricas vêm acompanhadas de um dever de casa que chamamos de ‘Praticando’. Assim, o conteúdo não se perderá e os pais estarão exercitando condutas assertivas”, finaliza Edineia.

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Colaborador

Rê Campbell / Fotos: Demetrio Koch e Getty Images