Sete em cada dez indústrias relatam queda de faturamento na pandemia

A inadimplência e o cancelamento de pedidos também apareceram entre os principais impactos

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Sete em cada dez empresas industriais citam a queda no faturamento como um dos cinco principais impactos da pandemia de COVID-19, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (14) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). A inadimplência e o cancelamento de pedidos também apareceram entre os principais impactos.

A Sondagem Especial: Impacto da COVID-19 na Indústria ouviu 1.740 empresas, sendo 718 pequeno porte, 578 médio porte e 444 de grande porte, entre os dias 1 e 14 de abril. Foi pedido aos empresários que apontassem os cinco principais impactos da pandemia. O resultado foi:

– Queda no faturamento, apontada por 70% das empresas
– Queda da produção ou das atividades de construção e/ou relacionadas à construção – 53% das empresas
– Inadimplência dos clientes – 45% das empresas
– Cancelamento de pedidos/ encomendas – 44% das empresas
– Paralisação da produção ou das atividades de construção e/ou relacionadas à construção – 34% das empresas

Setor já estava debilitado

Outros dados apontam que 59% dos empresários estão com dificuldades para cumprir com os pagamentos correntes e 55% relataram que o acesso ao capital de giro ficou mais difícil. Entre as medidas tomadas em relação à mão de obra, 15% das empresas demitiram.

“A pesquisa sinaliza como a indústria estará no pós-pandemia. Nós já imaginávamos que o setor industrial sofreria bastante, pois já estava debilitado e iniciando sua recuperação, quando fomos pegos de surpresa por essa crise. Apesar disso, há um grande esforço para se manter os empregos, o que é muito importante, principalmente diante dessa nova realidade”, diz o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi.

No total, 91% das indústrias brasileiras relataram impactos negativos até abril. Apenas 6% dos empresários responderam que a empresa não foi impactada e para outros 3% o impacto foi positivo. Entre os mais afetados, 26% dos empresários avaliam que o efeito da pandemia foi muito negativo, apontando três de intensidade em uma escala de 1 a 3.

Na sondagem, foram consideradas empresas industriais as empresas da indústria extrativa, de transformação e da construção.

Queda na produção

Entre as empresas industriais consultadas, 76% reduziram ou mesmo paralisaram a produção. Outras 45%, apesar de continuarem em operação, registraram queda ou queda intensa na produção. Apenas 4% dos empresários relataram aumento ou aumento intenso da produção.

Os setores que mais reportaram queda intensa da demanda foram os de vestuário (82%); calçados (79%); móveis (76%); impressão e reprodução (65%); e têxteis (60%).

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Colaborador

Do R7 / Foto: Getty Images