Ressocialização de detentas por meio de aulas de biscuit

Voluntárias do grupo UNP ensinam técnicas a reeducandas no estado do Tocantins. Saiba mais

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Constantemente, o grupo Universal nos Presídios (UNP) busca meios de ressocializar detentos por meio de cursos, dando a cada um deles a oportunidade no mercado de trabalho após a liberdade.

Recentemente, o UNP do estado do Tocantins promoveu aulas com a técnica de biscuit (massa de modelar) para mulheres da Unidade Prisional Feminina (UPF) de Palmas, na capital. Os encontros aconteceram durante três dias, por mais de 9 horas. Todas as peças confeccionadas ficaram com as próprias detentas.

Essa não foi a única turma, outras detentas vão ter, em breve, a oportunidade de participar de novos grupos.  De acordo com a professora Diane Lopes da Silva, de 40 anos, responsável por ministrar as aulas, o projeto do artesanato com detentas visa a capacitação para que quando saírem da unidade prisional, após cumprimento da pena, estejam aptas a investir no próprio negócio, em vez de cometer novos delitos.

“Muitos não têm oportunidade de trabalho quando saem, e isso tem aumentado de maneira assustadora o número de presos que vão e voltam, os chamados reincidentes. Ações assim levam o privado de liberdade a ter condições financeiras de se manter”, frisou o Pastor Cristiano Santos, atual responsável pelo grupo UNP no local.

As escolhidas

A seleção das reeducandas para participar da oficina foi feita a partir da disposição delas em aprender a técnica, o interesse em desenvolver o artesanato e também habilidades pré-existentes, além do que a disponibilidade em repassar o que foi aprendido para as demais mulheres encarceradas.

A diretora da UPF Palmas, Cristiane Oliveira, afirma que a realização desse tipo de atividade melhora o ambiente prisional. “As ações de aprendizagem amenizam a ociosidade e funcionam como terapia, contribuindo para diminuir o adoecimento no ambiente carcerário”, ressaltou ela.

Vida nova

P. F., 30 anos, é prova que o projeto tem surtido efeito e garante que participar desse tipo de atividade é uma grande oportunidade de aprender coisas novas, além de socializá-las com colegas em um ambiente diferente da carceragem. “Nos relacionamos com outras pessoas que nem sabiam que a gente existia, mas que se importam com a gente, e que vêm mostrar que a vida para nós não acabou e que podemos ter uma vida nova”, finalizou a reeducanda.

Para saber mais sobre as ações que o grupo UNP realiza no País e em todo o mundo, clique aqui. Você também pode ser um voluntário, encontre aqui o endereço de uma Universal mais próxima e se informe com o pastor.

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Colaborador

Débora Picelli / Fotos: Cedidas pelo grupo Universal nos Presídios (UNP) de Palmas