“Recebi um bom dinheiro, que depois me custou caro”

Em 11 anos de prostituição, Marília Cordeiro conseguiu até “programas“ para outras garotas

Imagem de capa - “Recebi um bom  dinheiro, que depois me custou caro”

“Muito dolorosa.” É assim que Marília de Sales Cordeiro, de 31 anos, define a sua infância. Seus pais brigavam muito e logo veio a separação. Ela e suas quatro irmãs foram morar com o pai e só tinham a presença da mãe em alguns momentos. “Me sentia excluída por duas irmãs que me batiam e pela minha mãe, de quem não tive orientações e o carinho que uma menina precisa”, conta.

Ela revela que o mesmo fracasso na vida amorosa dos pais a acompanhou em seus relacionamentos. “Nunca dava certo com ninguém e eu estava sempre errando.”

Aos 16 anos, ao procurar preencher o vazio que sentia na alma, Marília entrou na prostituição. “Uma amiga me apresentou a um empresário bem-sucedido. Saímos os três juntos e ele me proporcionou o que eu estava precisando. Eu tinha brigado com um namorado que me agredia com frequência. Então, naquela noite, o cliente simplesmente mostrou que eu poderia ser ‘amada’ e mimada e que me daria o que eu quisesse. Passamos algumas horas na melhor suíte do hotel, mas, ao sair dali, a realidade foi outra. A culpa de ter traído o meu namorado fez que eu me sentisse suja e a pior mulher.”

“Recebi um bom dinheiro, que depois me custou caro”

Apesar disso, Marília se envolvia cada dia mais na prostituição, a ponto de conseguir “programas” para outras garotas, o que lhe rendeu o apelido de “primeiradama”, mas, quanto mais ela se envolvia, maior era o vazio que sentia. “Recebi um bom dinheiro, que depois me custou caro. Saí dali e fui para casa, gastei a maior parte dele com drogas e bebidas. Usei drogas a noite inteira com meu namorado. Ele achava que eu queria curtir a onda da droga com ele, mas eu queria esquecer o que tinha feito.”

Nova vida
Ela ficou 11 anos na prostituição e, nesse período, teve alguns relacionamentos frustrados, inclusive um casamento. Foi quando decidiu que sairia daquela vida. “Meu casamento foi destruído. Vi que eu tinha tudo e ao mesmo tempo não tinha nada. Meu pai tinha se tornado um homem temente a Deus, sempre orando e buscando por nós. Resolvi ouvir seus conselhos e fui com ele à Universal em uma reunião de domingo.”

Dali em diante, Marília deu início à sua conversão. “Passei pelas reuniões de libertação, obedecia a tudo o que era orientado. Nada foi fácil, pois tive medo de me afastar das poucas pessoas que ficaram ao meu lado e de revelar a minha Fé e ser julgada. Até que veio uma Fogueira Santa. Juntei o pouco que tinha e fui para o Altar.”

Pouco tempo depois, começou o propósito do Jejum de Daniel. “Me lancei e tudo o que não era da Vontade de Deus eu fui excluindo da minha vida. No último dia do Jejum, quando começou a busca pela Presença de Deus, eu simplesmente falei: ‘meu Amado, vem e toma posse do que é Seu, pois minha vida já não me pertence mais. Diante daquela entrega, recebi o Espírito Santo’”, lembra.

Já são quatro anos de uma nova vida. Hoje Marília atua como empreendedora e foi consagrada obreira. “Deus transformou tudo, principalmente o meu valor como mulher, como mãe e como pessoa”, finaliza.

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Colaborador

Núbia Onara / Foto: Demetrio Koch