Pensando em empreender e ainda não tem um modelo de negócios?

Entenda como e em qual direção dar os primeiros passos

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Nos últimos três anos, o empreendedorismo mobilizou o mercado de trabalho. Segundo dados do Sebrae, desde 2014, foram abertos 11,1 milhões de empresas. Os microempreendedores individuais (MEIs) foram maioria. De janeiro a maio de 2017, das 955,3 mil empresas abertas, 79,2% foram MEIs.

É o caso de Giovanna Souza Guilherme, de 47 anos (foto abaixo), que cumpre dupla jornada: de manhã trabalha em Jundiaí como empregada doméstica e à tarde cuida do próprio negócio de doces e bolos. A ideia surgiu há três anos durante a crise. “Participo do Congresso para o Sucesso e lá recebi uma nova visão e aprendi a identificar o que realmente quero para a minha vida”, conta.

Giovanna sonha viver somente do próprio negócio e no momento ela usa uma página no Facebook para divulgar seu trabalho. Seu plano é abrir no futuro uma loja física. “As palestras do Congresso me dão força, sabedoria e me mostram estratégias. Também quero fazer cursos, pois estou consciente de que o mercado é competitivo e preciso estar pronta para os desafios”, diz.

Assim como Giovanna, muitas pessoas já questionaram qual o momento certo para empreender e se existe um roteiro definido para fazer isso e obter êxito.

É o seu caso?

Segundo o palestrante e especialista em inovação de negócios Marcelo Pimenta (foto à esquerda), quem pretende empreender deve considerar e seguir as nove etapas do Estudo Trilha de Referência para o Empreendedor (Trem): Descoberta (iniciativa, imaginação e preparação), Experimentação (entendimento, epifania e realidade) e Execução (estrutura, controle e fluxo).

Ele orienta que também se deve ficar atento a duas questões: não abrir uma empresa seguindo as próprias preferências, mas depois de identificar um problema que não foi resolvido no mercado – para isso é fundamental fazer uma pesquisa de mercado e levantar demandas não supridas e áreas ainda não exploradas – e ter como base o atendimento de um cliente-alvo.

O Canvas

A fase inicial no empreendedorismo é chamada Descoberta, que se desdobra em três etapas: iniciativa, imaginação e preparação. E é nesta última que é preciso elaborar um modelo de negócios. Uma das opções é a ferramenta Canvas, de autoria do empresário suíço Alexander Osterwalder. Ela sintetiza um plano de negócios para pequenos e grandes empresários em nove blocos.

Pimenta concedeu entrevista à Folha Universal e detalhou a ferramenta.

Folha Universal (FU): Como funciona o modelo Canvas?

Marcelo Pimenta (MP): o modelo surgiu para descomplicar as coisas e fazer com que o empreendedor se aperfeiçoasse. São nove blocos que estão integrados. Por meio dele, você vê toda a empresa em uma simples folha de papel. A ideia é que você consiga colocá-lo na parede e compartilhá-lo com outras pessoas.

FU: Como elaborar um modelo de negócios estratégico e inovador?

MP: O Canvas está composto por um item central e dois lados: no esquerdo estão os fatores que permitirão a existência da empresa; no direito como garantir o lucro.

No centro está a proposta de valor de sua empresa, ou seja qual o seu pacote de produtos e serviços e por que os clientes se identificariam com ele.

Esse item se liga aos da tabela da esquerda, que propõe a segmentação de seus clientes (para quem você vende, a definição de quais canais você usará para se relacionar com eles (propaganda de TV, mídia social, etc.) e a avaliação de que tipo de relacionamento você manterá com eles para conquistá-los. Será por meio do relacionamento pessoal (interação real), personalizado (um representante para cada cliente), autosserviço ou automatizado (on-line)? Por fim, o planejamento de como gerar receita e que valor considera que deva ser pago pelo seu produto/serviço. Esse bloco se encerra com o item Receitas, que é a garantia do lucro da sua empresa.

FU: E o lado esquerdo?

MP: Vou explicá-lo com exemplos. Os recursos são os elementos básicos para a produção. Se você tem uma loja de doces, você precisa de açúcar e ele é um dos recursos; em uma loja de roupas, os recursos seriam as roupas, as estantes, etc. Você vai ter de cuidar do estoque e contratar funcionários. Parceiros e fornecedores são importantes porque ninguém faz nada sozinho: alguém faz as vitrines, as sacolas, etc. Finalmente todo o processo de produção vai gerar um custo que deve ser avaliado.

Teste suas ideias

O especialista recomenda que, antes de empreender, as ideias sejam testadas, seja criado o modelo de negócios e definida a marca.

Ele diz que atualmente, com as mídias sociais, os negócios podem se tornar ainda mais rentáveis. “As mídias sociais são negócios lucrativos hoje. Essa é uma ótima ferramenta, pois permite adaptação do modelo de negócios com rapidez. Você só precisa mudar o bloco de canais, no caso usar o digital. O mais importante é atualizar o seu Canvas segundo a demanda de produtos ou serviços.

Vida Financeira

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Colaborador

Por Katherine Rivas/ Fotos: Marcelo Alves e Fotolia