Os Inimigos ocultos do estado

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A queda de Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, fez brasileiros e brasileiras descobrirem o consórcio que existia entre uma quadrilha de poderosos e uma das maiores emissoras de televisão do País. Por muito tempo, o grupo Globo era quem mostrava o que o Brasil precisava ou não saber. Esse conglomerado de mídia e comunicação se beneficiou do seu poder de influência para esconder um dos maiores assaltos aos cofres públicos que o Rio de Janeiro conheceu.

No entanto o silêncio e a vista grossa tiveram um alto custo. Segundo o jornalista Ricardo Bruno, em matéria veiculada no site Brasil247, Cabral, em depoimento na Polícia Federal, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), revelou que as Organizações Globo levaram uma quantia milionária para endossar o vício da ladroagem que ele confessou ter.

A Rede Globo, o Sistema Globo de Rádio, os canais Globo, a Infoglobo, a Editora Globo, a Globo.com, a Som Livre e o Zap Imóveis formam o Grupo Globo, que é o mantenedor da Fundação Roberto Marinho. Para comprar o silêncio dessa parte da mídia brasileira, segundo o jornalista Ricardo Bruno, Cabral entregou nas mãos da Fundação Roberto Marinho, sem licitação, por cerca de R$ 80 milhões, a gerência de estudos, projetos e desenvolvimento de conteúdo para a implantação do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

Como se não bastasse, Cabral delatou à Polícia Federal que uma licitação fraudulenta permitiu à Fundação indicar a construtora responsável pela obra. Tudo para garantir que o ex-governante e o restante da quadrilha VIP fossem protegidos pelos senhores feudais da família Marinho.

A obra, financiada com dinheiro do povo, foi orçada em R$ 130 milhões. No entanto, para atender a interesses e negociatas, aditivos e superfaturamento elevaram o custo final para R$ 215 milhões. Afinal, para sustentar uma quadrilha do naipe dos figurões da República, com tentáculos maiores do que os de um monstro marinho, a falcatrua tinha que ser afrouxada.

Enquanto isso, Cabral tirou muitos milhões da verba de prevenção de enchentes. Além disso, de museu em museu, a Fundação Roberto Marinho vai afundando o Brasil. Nesse jogo que os veículos das Organizações Globo fazem com políticos viciados em gatunagem o povo é quem padece.

Os leitores precisam dar eco a este assunto. Nossa voz precisa ecoar nos quatro cantos do planeta, com o objetivo de bater na porta de quem tem autoridade para frear esse tipo de parceria entre quadrilhas e grandes conglomerados de comunicação.

A sociedade precisa reagir contra esse consórcio criminoso que permanece impune e ainda pousa de mocinho, quando, na verdade, faz parte do grupo dos bandidos. Todos os integrantes da quadrilha que se locupletam do erário, direta ou indiretamente, inclusive sem licitação, são inimigos da nação e precisam se sentar no banco dos réus e ser condenados.

Eles não podem continuar se beneficiando do dinheiro público, enquanto os demais brasileiros convivem com a miséria, sem saúde nem educação de qualidade. Hoje já temos quase 14 milhões de desempregados. A nação está no corredor da morte com o câncer da corrupção, das falcatruas e das negociatas ocultas. Não se pode aceitar isso calado, ignorando as consequências dessa roubalheira.

Políticos, empresários nacionais e estrangeiros e integrantes dos poderes da República ficaram por oito anos desviando milhões dos cofres públicos na gestão de Cabral, em oculto, cuidadosamente encobertos, longe dos poderosos holofotes dos jornais e telejornais das Organizações Globo. Fazia parte do plano blindar por trás das câmeras globais a quadrilha que enriquecia à custa do dinheiro público.

A confissão de Cabral finalmente revelou que o Grupo Globo funcionou como o grande guarda-chuva, que protegeu a quadrilha que devorou os cofres da administração pública fluminense por quase uma década. O rol de propinas passou pela merenda escolar, pelas refinarias, pelas quentinhas dos presídios, desfilou nas obras viárias, passeou nos bondes e visitou plataformas da Petrobras.

A gula pelo dinheiro público tinha proporções midiáticas globais. Agora vamos verificar a posição e a sentença das autoridades sobre todos os integrantes do monumental esquema de corrução.

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Colaborador

Redação / Foto: Getty Images