Mulheres que não vivem a própria vida

Saiba se você não tem sido mais uma das muitas vítimas do abuso emocional. Entenda como é possível identificar e se afastar de relacionamentos abusivos

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Um assunto sério, não muito discutido, embora bastante presenciado, é o abuso emocional nas relacionamentos. Ele pode ocorrer em qualquer tipo de relação afetiva, mas acontece com mais frequência no aspecto amoroso.

Sofrido por mulheres, na maioria dos casos, ele ocorre quando a pessoa manipula e controla o parceiro, seja por meio de força física, psicológica ou emocional, impondo situações constrangedoras e humilhantes, além de intimidade forçada. Sendo assim, fica claro que o aspecto físico pode ser uma das expressões desta agressão, contudo não um fator determinante.

O constrangimento

De acordo com a psicóloga psicodramatista Estela Franco Pires, qualquer forma de relacionamento que não zele pelo respeito mútuo e prive a liberdade e a autonomia de alguém ser protagonista de suas decisões pode ser considerado abusivo.

“Existe uma linha tênue entre o início do abuso e a intimidade dentro do relacionamento, o que pode dificultar o diagnóstico. O fator determinante, e ao qual a mulher deve estar atenta, é o quanto ela nota que é a personagem principal de sua história. Ela deve se ver nas próprias escolhas e perceber se elas refletem seus gostos, desejos e características pessoais”, comenta a psicóloga.

A especialista alerta que é necessário que a pessoa se pergunte se tem vivido a história que escreveu para si mesma. “Parece difícil, mas não é. É uma pergunta simples e fácil de ser respondida”.

Os sinais

Existem sinais de comportamentos abusivos que muitas vezes, em consequência da paixão ou por parecerem sutis e velados, são desprezados pela vítima. A possessividade é um deles. Neste caso, o agressor vê o outro como sua propriedade exclusiva e controla a vítima. Outro é a manipulação. Quando o agressor induz a vítima a pedir desculpas por tudo. Ele não admite erros do parceiro, faz chantagens emocionais com frequência, lança olhares de reprovação, vive apontando os seus defeitos, não o respeita, é intolerante e sempre impõe suas vontades e gostos.

A prisão

As marcas deixadas pelo agressor não são apenas as que ficam no corpo, visíveis aos olhos, como escoriações e hematomas. Na alma, as feridas podem ser ainda maiores e é um lugar que apenas Deus tem o poder de curar.

A vítima, que não consegue enxergar seu valor, por carência, baixa autoestima, solidão, desejar a aprovação e aceitação do parceiro, se submete a diversas situações constrangedoras e se torna dependente emocionalmente.

Por isso, permanece no relacionamento, mesmo que abusivo e destrutivo, por acreditar que não merece o amor de outro homem. Acha que é sempre a culpada pelos problemas do relacionamento e se sujeita a tudo para permanecer ao lado do parceiro, com medo de perdê-lo. A vítima, que vive em uma verdadeira prisão, um cativeiro interior, se torna cada vez mais insegura e mais dependente emocionalmente do agressor.

A liberdade

Deus fez a mulher única e preciosa, com características, personalidade e gostos diferentes. Essa é uma das belezas da criação. Entretanto a mulher que vive um relacionamento abusivo passa por um processo de despersonalização, uma perda de identidade e individualidade.

Alguns casos necessitam de acompanhamento psicoterapêutico para que as consequências dos problemas emocionais sejam tratadas. Se o abuso, além de emocional, passou a ser físico, denuncie! Relacionamentos abusivos estão fora do plano de Deus para a sua vida.

Se você vive ou viveu um relacionamento abusivo, busque ajuda para identificar e tratar as marcas que ele deixou.

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Colaborador

Por Kelly Lopes/ Foto: Fotolia