Já ouviu falar da dislexia?

Saiba o que é e como identificar os sinais deste transtorno de aprendizagem

Mais de 10 milhões de brasileiros sofrem com a dislexia, de acordo com o Instituto ABCD, organização social que se dedica a melhorar a vida de brasileiros que têm esse distúrbio. Por falta de informação, muitos deles acabam não procurando tratamento para esse transtorno que costuma ser confundido com “preguiça para aprender”. Não à toa, em todos os anos ocorre, sempre em 16 de novembro, o Dia Nacional de Atenção à Dislexia. A data tem o objetivo de difundir informações sobre o distúrbio e mostrar a importância do diagnóstico precoce.

De acordo com a doutora Gesika Amorim, especialista em neurodesenvolvimento e saúde mental, a dislexia não é uma doença: “é um transtorno de aprendizagem ou um transtorno de leitura que surge na infância. É como se você tivesse uma alteração na circuitaria cerebral, na percepção e compreensão da leitura e da escrita. É notório. A criança tem a chamada leitura silabada – conhece todas as letras, até alguns fonemas, mas é possível observar a dificuldade dela na evocação do que lê quando junta os fonemas e começa a formar palavras – e a chamada escrita em espelho, de frente para trás”, esclarece.

Gesika afirma que existem diferentes tipos e níveis de dislexia: “alguns são mais ou menos disléxicos, têm maior ou menor dificuldade. Basicamente, diferenciamos a dislexia em auditiva, quando a pessoa não percebe os sons e ela traz dificuldades para a fala; visual, quando há dificuldade em diferenciar esquerda e direita e há erros na leitura por causa da má visualização das palavras; e mista, quando junta os dois tipos.

Como não é uma doença, não existe cura. Existem técnicas de suporte. É como se você desenvolvesse novos caminhos para chegar ao mesmo final, ao mesmo denominador comum”.

A médica alerta para a importância de obter o diagnóstico precoce, pois o distúrbio pode se agravar ao se relacionar com diversas comorbidades. “Quando a criança começa, em algum momento, a se diferenciar da turma, isso pode ocasionar baixa autoestima, transtorno de ansiedade e depressão, com fobias escolares. Para que ela não desenvolva transtornos comportamentais, procure um profissional que seja experiente e que tenha realmente uma formação correta para detectar o problema que seu filho, por ventura, possa ter na idade escolar”, conclui.

Tratamento adequado e fé
Se você notou que alguém próximo ou até mesmo você pode ser disléxico, busque tratamento adequado e se lembre que a fé pode ser uma alternativa para aprender a lidar com as consequências e com os efeitos da dislexia.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Arte: Edi Edson