Glaucoma pode levar à cegueira

Doença que atinge os olhos não costuma apresentar sintomas e se desenvolve de forma silenciosa. Saiba como são feitos o diagnóstico e o tratamento

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O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Apesar disso, muitos brasileiros não sabem o que é essa doença. Um estudo feito com 2.700 pessoas no Brasil mostrou que 41% delas desconhecem o glaucoma. Os dados são de uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) e pela Upjohn, divisão da farmacêutica Pfizer.

O médico oftalmologista Daniel Kamlot alerta que o glaucoma é uma doença degenerativa e silenciosa. “O glaucoma é uma neuropatia óptica e provoca lesão nas fibras que levam a informação do olho para o cérebro. O glaucoma de ângulo aberto, o mais comum, não apresenta sintomas. No início, ele pode afetar o campo visual. Com o passar do tempo, se não houver tratamento, ele leva à cegueira”, esclarece.

Por isso, muitos pacientes só descobrem a doença quando ela já está em estágio mais avançado. “O paciente não percebe alteração da visão no início. Quando procura o médico, o glaucoma já afetou o campo visual. O tratamento não consegue reverter o que já foi perdido, mas ajuda a controlar e a diminuir a pressão intraocular para estabilizar o avanço da doença”, diz.

O diagnóstico é feito a partir de exame que mede a pressão ocular. “É importante fazer um
check-up oftalmológico anualmente. Não basta apenas fazer o exame de grau, pois ele não detecta a doença. É importante aferir a pressão intraocular, avaliar o fundo do olho e o nervo óptico. Existem ainda exames complementares, como o que avalia a espessura da córnea e a tomografia, que consegue detectar o quanto de fibra já foi perdido”, indica.

Qualquer pessoa pode ter glaucoma, mas pessoas que têm histórico da doença na família e aquelas acima de 40 anos de idade são mais propensas. Além disso, a doença também costuma atingir com mais frequência pessoas negras (glaucoma de ângulo aberto) e asiáticas (glaucoma de ângulo fechado), segundo cartilha da Sociedade Brasileira de Glaucoma. Mas atenção: isso não é uma regra.

Kamlot destaca que mesmo pacientes que não usam óculos podem ter glaucoma. “Em muitos casos, a pessoa não tem grau e não procura o oftalmologista, então ela não consegue detectar precocemente a doença”, diz.

O glaucoma não tem cura, mas há tratamento para controlar o avanço da doença. “A maioria dos pacientes consegue controlar só com o tratamento clínico, que é feito com o uso de colírios. Em último caso, uma cirurgia pode ser indicada”, finaliza Kamlot.

 

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Colaborador

Rê Campbell / Arte: Edi Edson