Especialista questiona: “Por que caso do menino Rhuan foi pouco divulgado pela imprensa?”

Criança foi esquartejada pela mãe com auxílio da parceira homoafetiva

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Recentemente, no Distrito Federal, uma menina de apenas 8 anos presenciou o assassinato brutal de seu irmão de criação, Rhuan Maycon, de 9 anos. O mais chocante é que quem o matou foi a própria mãe, Rosana Auri da Silva Cândido, de 27 anos, com auxílio de sua parceira homoafetiva, Kacyla Pryscila Santiago Damasceno Pessoa, de 28 anos. Elas mataram o pequeno enquanto ele dormia e, depois, o esquartejaram.

Segundo o depoimento das assassinas, Kacyla teria segurado o menino enquanto a mãe desferia os golpes, 11 facadas no total. Ambas confessaram o crime – disseram que o tinham premeditado – e revelaram fatos ainda mais chocantes. Ao dizer que odiava o filho e que ele era um peso para ela, Rosana chegou a confessar que o havia castrado, ou seja, cortado seu pênis e testículos, há dois anos dizendo que ele queria ser uma “garota”.

Como se não bastasse, depois que decapitaram Rhuan, elas chegaram ao cúmulo de acender a churrasqueira para queimar pedaços do corpo dele para, assim, evitar a possibilidade de identificação pela polícia. Mas, com medo do cheiro chamar atenção dos vizinhos, mudaram de ideia, colocaram os membros cortados em uma mala e duas mochilas infantis. Uma dessas malas foi abandonada em um bueiro e localizada por jovens que acionaram a polícia.

Rosana teve Rhuan com 18 anos. Quando o menino tinha dois anos, ela se separou do pai porque o traía com Kacyla, que era divorciada e já tinha uma filha. Menina esta que após presenciar o assassinato, ficou sob proteção do Conselho Tutelar e voltou ao Acre acompanhada do pai.

Ela pode não ter se ferido fisicamente mas, com certeza, esse crime brutal marcará o emocional dessa pequena que, tão cedo, terá que lidar com as consequências da atitude de sua mãe.

As duas parceiras homoafetivas responderão por homicídio qualificado, tortura, ocultação de cadáver, lesão corporal gravíssima e fraude processual. As penas podem chegar a 57 anos de prisão para cada uma.

Pouca repercussão?

É interessante observar que no mesmo período que aconteceu o assassinato do menino Rhuan veio à tona a acusação de estupro relacionada ao jogador Neymar. A impressão que deu foi a de que a mídia mobilizou todos os seus esforços para cobrir essa notícia, enquanto que esse, que foi um dos crimes mais brutais da história do Brasil, teve pouquíssima repercussão.

Essa aparente omissão da sociedade foi amplamente criticada pelas pessoas em suas redes sociais. O curioso é que grupos feministas se revoltaram contra os posts. Muitas internautas alegaram que as pessoas estavam se posicionando apenas porque as assassinas eram lésbicas.

Como assim? Rhuan foi assassinado a facadas, teve seu corpo desmembrado, queimado em uma churrasqueira e dividido entre uma mala e duas mochilas escolares e o questionamento girou em torno da sexualidade das criminosas?

Para o professor e historiador Jakson Miranda o caso foi sim abafado pela mídia. “O macabro crime é digno de filme de terror. Diante desse cenário, questionamos a repercussão que o fato (não) teve na grande mídia.  Não assistimos nos principais jornais reportagens especiais, opinião de especialistas ou matérias investigativas. Isso nos leva a deduzir, sem exageros, que essa mídia resolveu abafar o caso.  Por quê?  Porque trata-se de um fato da realidade que não atende à pauta ideológica a qual eles aderiram”, opina.

Será, então, que o motivo de pouca abordagem do caso seria para não colocar em voga a pauta da classe LGBT? Para Miranda sim. “A imprensa não quer ter que confrontar ou correr qualquer risco de parecer discriminatória contra esse grupo. Então, entre o grupo LGBT e a vida do menino Rhuan, os principais veículos de comunicação do país, escolheram o grupo. No último domingo houve passeata dos apoiadores e seguidores LGBT e, assim como a imprensa, não há registro de que tenham se manifestado sobre o crime”, conclui o professor e historiador.

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Colaborador

Ana Carolina Cury / Fotos: Reprodução Record TV