Consolador Desaparecidos leva apoio a quem busca por seu familiar

Projeto vem realizando um trabalho junto ao grupo “Mães da Sé”

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A busca por um familiar desaparecido é incessante. Onde se tem vestígios de alguma notícia, lá está quem procura pelo filho, ou pelo pai, mãe, irmã, marido. Grupos como o “Mães da Sé” surgem para fortalecer a busca e mantê-la com esperança. Mas, além disso, essas pessoas precisam de apoio, não apenas física e material, mas, principalmente, emocional e espiritual.

É com esse objetivo que o projeto Consolador Desaparecidos – do grupo Consolador, um dos braços da Evangelização da Universal – vem realizando um trabalho junto àqueles que estão em busca de seus familiares desaparecidos. No dia 6 de outubro último, voluntários do projeto levaram fé, carinho e esperança às “Mães da Sé”, como é conhecida a Associação Brasileira de Busca e Defesa a Crianças Desaparecidas (ABCD).

Histórias e buscas

Mensalmente, mães e outros familiares de desaparecidos se encontram na Praça da Sé, o marco zero da capital de São Paulo, para compartilhar as suas histórias e buscas. Também empunham cartazes com as fotos e os dados dos desaparecidos na esperança de encontrar seus parentes. Uma dessas mães é a senhora Bibiana Gonçalves Brasil. Há mais de 1 ano ela busca pelo filho, Antônio Wesley Gonçalves Serafim, agora com 33 anos de idade.

Após se separar do marido, ela voltou para o estado onde nasceu, Ceará. O casal de filhos continuou morando em São Paulo. Mesmo à distância, mantinha um relacionamento próximo com o filho. Eles chegavam a se falar até quatro vezes por dia. Contudo, em 30 de março de 2018, ela não conseguiu mais contato telefônico com ele. Três dias depois, a filha e o ex-marido confirmaram que Antônio havia desaparecido, em Guarulhos, município da Região Metropolitana de São Paulo, onde ele morava com o pai.

“Ele saiu de casa como se fosse ficar ali por perto, porque saiu sem documento e sem dinheiro, de shorts, camiseta e chinelo. Logo de início, a minha filha fez o boletim de ocorrência. Quando eu cheguei em São Paulo dei andamento e comecei a participar do grupo ‘Mães da Sé’. Lá também recebo apoio psicológico. Voltei a trabalhar em uma empresa e cheguei a ser efetivada, mas agora estou afastada. Eu me sinto muito nervosa e tomo remédios (pausa)… de repente, me dá essa falta de ar. Tem dias que me encontro bem e mais otimista, mas daí me bate aquele desespero e angústia”, contou.

Apoio espiritual

Na ação junto ao “Mães da Sé”, evangelistas do projeto da Universal chamado Consolador Desaparecidos levam mensagens de fé e realizam orações pelas famílias. “Elas sentem uma dor igual ou pior que a do luto, porque perderam um filho, um familiar que não está mais no convívio dela. Nós vamos atrás das pessoas que, diferentemente daquelas que vão ao velório de um ente querido, sofrem com uma dor maior, da incerteza se o filho vai ou não voltar para casa”, explicou o Pastor Bruno Barros Nardi, responsável pelo trabalho do grupo.

A fé fortalece a esperança e neutraliza a dúvida. Ouvir, compartilhar a dor e transmitir a ação do Espírito Consolador faz toda diferença para essas pessoas. O apoio espiritual tem sido de grande valia para elas.

“A grande maioria delas é depressiva. Tomam remédio para dormir, para ficar acordada, para controlar a ansiedade. Eu mesmo conversei com uma mãe que só pela manhã já toma 6 comprimidos. A depressão as alcança porque não querem dormir. Uma delas me disse que se dormir e o telefone tocar, e ela não atender, pode perder a chance de reencontrar o filho. Mas, isso já dura seis anos. E a alma dessas pessoas vai se perdendo. Por isso a importância desse trabalho”, reiterou o Pastor.

Fortalecer a esperança

Além de acompanhar as ações que são realizadas nas ruas por esses grupos, o projeto também acompanha a realidade da situação dessas pessoas e suas famílias, por meio de visitas nas residências delas que, por sua vez, são cadastradas pelos voluntários.

A senhora Bibiana é um exemplo de quem já foi beneficiada com a visita do grupo em casa. “Num encontro anterior com os evangelistas, eu conversei com uma das voluntárias e ela falou que me visitaria. Contudo, eu não depositei muita fé que ela fosse em casa. Para a minha surpresa, ela foi, com o esposo dela, fez uma oração para mim e minha filha. Ela me orientou e convidou para ir a uma reunião no Templo de Salomão. Estou indo toda quarta-feira e me senti muito melhor com essa atenção. Isso me motivou, me deu mais ânimo e a minha fé que estava abalada, está mais forte”, afirmou.

Apoio material

Além de todo o apoio emocional e espiritual, o projeto Consolador Desaparecidos também tem contribuído com a doação de itens de primeira necessidade. Muitas vezes, familiares de pessoas desaparecidas sofrem com o descaso social, enfrentando uma situação difícil.

“O apoio se estende aos lares em visitas regulares. Em alguns casos, estamos trabalhando com um contato direto e emergencial, em visitas semanais, levando cestas básicas. Temos encontrado situações precárias financeiramente e o abandono total da família. Porque, quando você vai à casa de uma mãe que tem o filho desaparecido, ela só fala de quem? Do filho. Então, muitos familiares acabam se afastando, não entendem isso. Muitas delas não conseguem mais trabalhar, não medem esforços e gastam tudo o que tem em busca do parente desaparecido, gastam com remédios que não conseguem no serviço público, ficando assim sem recursos para se manter”, declara o Pastor.

Ademais, no dia da ação, que acompanhou o encontro das mães no centro da capital paulista, foram distribuídos exemplares do livro “Eu Venci a Depressão”, de autoria da médica pediatra Eunice Higuchi. “O livro foi oferecido a elas para que tivessem acesso ao testemunho de uma pessoa que venceu a depressão. A autora relata uma série de perdas que ela teve. E, essas mães também tiveram perdas que desencadearam a depressão. O nosso objetivo com o livro é que, por meio dessa história de vida e superação, essas mães consigam também essa superação para a história de vida delas”, concluiu o Pastor.

Seja um voluntário

Seja um voluntário do projeto Consolador Desaparecidos ou em outros projetos sociais da Universal. Para saber mais, encontre o endereço de uma Universal mais próxima. E, para se manter informado, não deixe de acompanhar diariamente as matérias no site universal.org sobre o trabalho que vem sendo realizado por diversos grupos de voluntários no Brasil e pelo mundo.

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Colaborador

Michele Roza / Fotos: Demétrio Koch