Vivemos na era do conhecimento. Se em períodos anteriores a força física era mais valorizada, atualmente o que tem mais peso no mercado profissional são características como criatividade, autonomia, inteligência emocional e talento. Nesse cenário, ter conhecimento sobre a área de atuação é importante, mas o indivíduo precisa trabalhar outras qualidades para que se torne essencial e não perca espaço para as máquinas.

Não há como frear a tendência de automação dos setores. A tecnologia já faz parte do nosso cotidiano e apresenta como principais vantagens para as empresas a economia e a agilidade, explica Cezar Almeida, vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos Brasil (ABRH): “se tudo aquilo que uma pessoa faz é padronizado e repetitivo, ela pode ser substituída (por máquinas). Não existem limites. Todas as áreas podem passar por essa atualização”. Ele citou como exemplo o recrutamento de profissionais que, em algumas companhias, já é realizado por máquinas que conseguem até ler expressões faciais para determinar o perfil do candidato.

Esse movimento de modernização e inserção tecnológica deve se intensificar com a instalação da rede móvel de internet 5G no Brasil e, com isso, muitos postos de trabalho inevitavelmente deixarão de existir. “Contudo as pessoas não devem ter medo dessa mudança, mas pensar em como podem se preparar para o futuro, caso atuem em uma atividade padronizada e repetitiva”, diz.

Preparação para o futuro
Neste mundo em que a automação está tomando conta do mercado de trabalho, não há mais como o profissional realizar atividades automaticamente. Nessa nova realidade, cada trabalhador precisa ser ativo em busca de melhorias, desenvolvimento e capacitação. “O primeiro passo é olhar para o setor e entender o que as empresas em sua área estão fazendo. Isso vai ajudar a perceber que tipo de competências essas pessoas têm e, assim, já é possível traçar um caminho”, comenta.

Outro ponto que é unanimidade entre os especialistas é o chamado long life learning ou aprendizado contínuo. Se um dia a universidade e a pós-graduação foram um diferencial no mercado de trabalho, hoje é preciso cultivar o aprendizado fora das salas de aula e, muitas vezes, por conta própria. “Essa questão não é nova, mas agora está a cada dia mais evidente”, avalia Almeida.

Segundo ele, cerca de metade do conhecimento que uma pessoa tem hoje perderá a utilidade em cinco anos. A atualização pode acontecer de diversas formas, como por meio da leitura e de pesquisas.

Além do conhecimento, as habilidades que são importantes para se destacar no mercado de trabalho atualmente também devem mudar. O economista e pesquisador Gabriel Bicharra Santini Pinto relata que houve uma mudança de 38% nas habilidades demandadas por empresas aos profissionais no Brasil entre 2015 e 2021. “Isso significa que quatro em cada dez habilidades hoje procuradas pelas empresas não estavam entre as principais em 2015. Nesse ritmo, em 2025, 63% das habilidades necessárias mudarão completamente no mercado de trabalho brasileiro”.

Oportunidade
Ao mesmo tempo que muitas funções que conhecemos hoje deixarão de existir, novas oportunidades surgem para os que estão mais preparados. “A normalização do trabalho remoto, acelerada pela pandemia e impulsionada por tecnologias digitais para a colaboração, possibilitou que os melhores talentos deslizassem entre empregos ou estivessem em vários empregos simultaneamente”, ressalta Gabriel.

Dessa forma, é preciso que o trabalhador se posicione para não perder espaço. A orientação é que ele saia na frente e esteja atento ao que o mercado está precisando para oferecer a solução por meio de seus conhecimentos. O futuro já chegou, a tecnologia já é realidade e, por isso, não há tempo a perder. Cabe ressaltar ainda que não convém aguardar a condição perfeita para começar a se desenvolver: use o que tem hoje para alcançar melhores oportunidades amanhã.

Congresso para o Sucesso
Os que buscam direção e inspiração para a vida profissional podem participar do Congresso para o Sucesso, às segundas-feiras, no Templo de Salomão e em outros templos da Universal no Brasil. As reuniões ocorrem às 7h, 10h, 12h, 15h, 18h30 e 22h.