Os riscos de deixar crianças e adolescentes com acesso livre ao celular

Saiba como prevenir que seu filho divulgue conteúdos sexuais por meio da internet

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Hoje em dia é muito comum encontrar crianças com aparelhos tecnológicos. Os brinquedos recreativos e as brincadeiras com amigos nas ruas, por exemplo, deram lugar a smartphones e tablets. Quem nunca viu o primo de 9 anos com um celular, às vezes, mais potente que o dos pais, ou o sobrinho que domina o aparelho com a maestria que os avós não possuem?

Uma pesquisa feita pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil divulgou que cerca de 22 milhões de crianças e adolescentes usam o celular para navegar na internet. Essa inserção precoce no mundo digital, no entanto, pode ser perigosa.

Além de estarem vulneráveis a ataques de hackers e a desafios que incentivam o suicídio, as crianças também podem entrar em uma prática chamada de sexting, que consiste em compartilhar material sexual por meio dos aparelhos eletrônicos.

Para se ter uma ideia, um em cada sete adolescentes já enviou algum tipo de material sexual e, um a cada quatro já recebeu o conteúdo. O dado foi divulgado no final de fevereiro na revista americana JAMA Pediatrics.

Todo cuidado é pouco

A pré-adolescente identificada apenas pelas siglas I.A.M, de 13 anos, já passou por esse problema. Sua tia, Cinthia Lima, de 36 anos, explica que, ao checar o aparelho celular da sobrinha, encontrou fotos sensuais dela que estavam sendo enviadas a um colega de classe. “A família toda ficou assustada. Conversamos com ela, explicamos sobre os riscos que corria de ter sua imagem exposta na internet e que aquilo não era prudente”, explica Cinthia.

Além disso, a tia inscreveu I.A.M. no curso Godllywood School (uma escola que atende meninas de 6 a 15 anos), para que ela fosse orientada melhor sobre o assunto. “Ela gostou muito das aulas e, desde então, os pais não permitem mais que ela tenha livre acesso ao celular. Está ciente que só vai voltar a ter acesso a ele quando estiver com mais idade”, esclarece a tia.

Orientação

Para Aline Munhoz, coordenadora do projeto Godllywood, os pais devem avaliar a real necessidade de dar ao filho um aparelho celular. “Se, de fato, for indispensável que ele já use um celular, orientar sobre esse tipo de assunto. Não conversar com estranhos e, mesmo com conhecidos, estabelecer limites de que tipo de informação e fotos devem ser postadas ou enviadas”, explicou ela, que também defende que os pais tenham a mente aberta para conversar com os seus filhos sobre o tema.

Ela ainda explica que muitos enviam esse tipo de conteúdo por inocência ou influência de amigos, pois querem se mostrar “corajosos”. Aline diz que muitas meninas que chegam à Godllywood School já passaram por isso. “Temos uma aula dedicada para falar sobre os perigos da internet. Abordamos o assunto e conscientizamos as meninas sobre os perigos desse tipo de comportamento e quais são as consequências”, esclareceu.

As aulas da Godllywood School acontecem no Templo de Salomão, uma vez por semana. As inscrições para as turmas de maio (que teve início no último dia 5) ainda estão abertas e são feitas por e-mail ou pessoalmente, na Tenda da Esplanada do Templo, no Brás, zona leste da capital paulista.

Para quem não reside em São Paulo, agora, as aulas também podem ser assistidas por meio da plataforma Univer. Acesse o site oficial da Godllywood School e saiba mais.

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Colaborador

Por Rafaela Dias / Foto: Thinkstock