O meu diploma importa para o mercado brasileiro?

Entenda o cenário atual e o que fazer para não ficar frustrado profissionalmente

Imagem de capa - O meu diploma importa para o mercado brasileiro?

Arthur Park (foto ao lado), de 31 anos, cursou duas faculdades (engenharia e comunicação) até entender que sua verdadeira paixão estava no empreendedorismo. Depois de atuar um ano na área da comunicação, decidiu abrir uma cafeteria. Teve de se aprofundar em novos estudos, mas a faculdade de comunicação lhe serviu para divulgar sua marca.

A fisioterapeuta Juliana Frizzarin (foto abaixo), de 35 anos, também engavetou o diploma depois de trabalhar seis anos na área em que se formou. Chegou a fazer pós-graduação e frequentou diversos cursos, porém a dificuldade de arrumar emprego fixo e os salários baixos a motivaram a fazer a transição profissional. Juliana e o marido criaram uma queijaria diferenciada em São Paulo. Eles têm um negócio com queijos artesanais e rústicos que atende também o setor de vinhos.

As histórias de Arthur e Juliana representam a de milhares de pessoas formadas que não conseguiram se encaixar no mercado de trabalho em suas áreas. Tirar um diploma não é sinônimo de estabilidade profissional e para aqueles que não acham um novo caminho isso pode gerar frustração.

Educação continuada

O consultor em desenvolvimento profissional e organizacional Carlos Bitinas afirma que o diploma nunca garantiu colocação e que o mercado flutua de acordo com a atividade econômica do país. “O cenário atual é de baixa atividade e, com a tecnologia, a maior exigência é de mão de obra técnica e não universitária.”

Bitinas acredita que educação ainda é sinônimo de status na sociedade e garantia de exercício profissional, mas não de emprego convencional. Para o consultor, o mercado atual exige um conhecimento diversificado, que vai além do fato de se formar. “É necessário ter educação continuada. O mercado vai impulsionar o profissional a outros campos de conhecimento e continuar estudando é fundamental.”

Ladislau Dowbor, economista e presidente do Núcleo de Estudos do Futuro, explica que a situação do emprego está relacionada à conjuntura econômica atual de crise. “O desemprego atual está em 13% e 40% dos adultos estão endividados. Isso reduz as receitas do Estado e o investimento empresarial. Uma economia travada se manifesta na perda de empregos formais.” Para Dowbor, o cenário é claro: enquanto a economia não funcionar, o diploma não é garantia de nada.

Fábricas de diplomas

Desde 2000, o Brasil apresentou um incremento de 15% no número de instituições privadas de ensino e o resultado foi mais brasileiros se formando. Contribuindo com uma “cultura” que supervaloriza o ensino superior, muitas instituições novas se tornaram fábricas de diplomas, o que em alguns setores impede o ingresso no mercado de trabalho e gera pessoas com capacidades limitadas. “Quando as empresas estavam se expandindo, estavam acostumadas a receber essas pessoas porque elas iam adquirir conhecimentos no próprio emprego, mas hoje isso mudou. O cenário não é mais ter diploma, trabalhar e se aposentar. Se o profissional não tiver relação com o conhecimento, não vai ter espaço.”

O que o mercado quer?

Segundo Bitinas, o mercado de trabalho atual avalia quatro características nos profissionais:

  • valores de honestidade, respeito à diversidade e solidariedade;
  • histórico de vida que os levou para a entrevista;
  • formação acadêmica e como eles usufruíram disso;
  • e capacidade de entrega das atividades para as quais for contratado.
  • Carreira proteana

    Bitinas afirma que uma nova modalidade está se tornando tendência no mundo do trabalho: a carreira proteana, na qual as pessoas formadas em uma área acabam investindo em outra profissão ou caminhos. Para essa fase de transição das profissões e do emprego, Dowbor sugere: “precisamos reduzir a jornada de trabalho, não faz sentido alguém trabalhar 12 horas enquanto há desemprego; trabalhar menos para que todos trabalhem. Estabelecer um sistema de renda básica universal para que as pessoas possam migrar de profissão ou buscar outros caminhos de forma menos trágica. Por último, fazer com que a população tenha domínio da tecnologia, sem oportunismos.” Ele cita como exemplo a Finlândia, que elevou o nível cientifico e cultural e a igualdade entre profissões e salários.

    Profissões em alta

    Segundo análises dos especialistas, alguns setores estão em alta, como o de inovação tecnológica, serviços pessoais (como cuidar de cachorros e gastronomia personalizada), turismo e biologia. Eles também destacam que os profissionais excedentes nas áreas de direito e administração precisam se reciclar e se reinventar para que consigam se manter no mercado.

    Quer aprender a enfrentar as dificuldades do
    mercado de trabalho e se tornar uma pessoa vencedora? Então, não perca o
    Congresso Para o Sucesso, que
    acontece às segundas-feiras, no Templo de Salomão. Para encontrar uma Universal
    mais próxima de você, acesse
    localhost/enderecos.

    Caso queira adquirir o livro “50 Tons Para o Sucesso”, que contém dicas
    para a vida profissional e financeira, acesse o Arca Center,
    clicando
    aqui
    .

    imagem do author
    Colaborador

    Por Katherine Rivas / Fotos: Fotolia, Demetrio Koch e Marcelo Alves