“Meu marido é desorganizado”

Veja o que Renato e Cristiane Cardoso pensam sobre este assunto

Imagem de capa - “Meu marido é desorganizado”

As esposas que não sabem lidar com o marido desorganizado poderão contar com as dicas dos professores Renato e Cristiane Cardoso na edição do A Escola do Amor Responde desta semana. Eles falam como mudar esse mau hábito. Confira.

Aluna – Sei que sou chata, gosto das coisas organizadas e limpinhas. Sou uma boa dona de casa, segundo meus parentes. Mas o meu marido é desorganizado, vive deixando as coisas jogadas pela casa e isso me irrita. Tento fazer de conta que não vejo, mas acabo me irritando e brigamos por causa disso. Mas tem um porém: quando ele quer sexo, no dia ou no dia antes, ele organiza as coisas. O que eu faço?

Cristiane – Você afirma que é uma pessoa organizada. Parabéns por isso, porque hoje em dia estamos vendo cada vez menos pessoas assim, mulheres que gostam e até têm prazer de cuidar da casa e deixar tudo organizado. Mas a questão é que seu marido não é igual a você, que gosta de organizar tudo, que tem uma forma de pensar que tudo tem o seu lugar. Ele não tem essa noção. Embora para nós que somos organizadas pareça incrível que alguém não tenha essa noção, por mais difícil que seja compreender isso, tem gente que não tem noção disso e não vê nada de errado em ser desse jeito. No caso do seu marido, ele se incomoda menos ainda pelo fato de saber que você vai sempre pegar tudo depois. É uma diferença entre você e ele. Você tem duas alternativas: ficar brigando com ele e ele não mudar – porque se ele mudar é como se você ganhasse essa briga, é como se ele estivesse obedecendo você – ou você simplesmente não brigar. Você pode me dizer que se parar de brigar não vai funcionar, mas você já tentou? Porque eu fiz isso no início do nosso casamento, pois o Renato não era organizado como ele é hoje, ele não tinha esse costume, ele era um rapaz e casamos cedo. Ele tirava as roupas e as deixava no chão.

Renato – Não esqueço os encontros, as faíscas, os choques de quando eu fazia isso.

Cristiane – Mas depois eu entendi que não adiantava eu reclamar e brigar, já que sempre ficava com a imagem de chata. Sendo assim, parei e comecei simplesmente a pegar as coisas. Ele ia tirando e eu ficava atrás dele recolhendo, sem reclamar, sem fazer cara feia, sem nada disso. Depois de um tempo, eu não sei quanto tempo, comecei a reparar que o Renato estava colocando as coisas no devido lugar. É claro que foi em etapas: ele começou a pegar a roupa suja e botar do lado do cesto, não dentro do cesto, mas tudo bem, porque eu pegava e colocava dentro do cesto. Já era um progresso. Eu via essas etapas e escolhi não reclamar mais, já que essa opção não estava dando certo. Ele foi se sentindo mal porque ele ia tirando a roupa e eu ia atrás dele pegando, peça por peça. Ele olhava para aquela situação e ficava pensando que poderia ter colocado no lugar.

Renato – Isso serve para o marido que tem consciência, pois alguns já a perderam. A verdade é que pode não surtir efeito para todos. Em alguns casos funciona, como no meu, pois eu vi que a Cristiane parou de reclamar e me deixou ser eu mesmo. Ela vinha atrás realmente, às vezes literalmente ela vinha atrás. Sendo assim, percebi que estava dando trabalho a ela. E pensei: “vou me empenhar e amenizar esse trabalho”. Minha consciência pesou quanto a isso. Mas há casos em que outras estratégias precisam ser adotadas. Eu soube que uma esposa fez greve e deixou de fazer as coisas em casa.

Cristiane – Mas aí ela tem que estar pronta. Eu não teria essa atitude e disposição para ver a casa suja, com mau cheiro, etc.

Renato – Mas foi por alguns dias e o marido notou que alguma coisa estava errada. Quando ele viu que as roupas não estavam mais lavadas e a pia estava cheia de louça, ele começou a ver a diferença que o trabalho que ela fazia causava na casa. Assim, ele começou a entender, a apreciar as tarefas dela e a ajudá-la.

Cristiane – Ou seja, nada vai se resolver brigando, pois essa estratégia não funciona.

Renato – A aluna mencionou um fato importante, que ela precisa entender e sempre falamos no programa: a cabeça do homem. Ela falou que, no dia ou um dia antes que ele quer sexo, ele começa a fazer tudo direitinho em casa.

Cristiane – Isso quer dizer que ele tem consciência.

Renato – Sim, tem consciência, mas perceba como é a cabeça do homem. O homem está sempre pensando o que vai ganhar em troca de algo. Você pode chorar, gritar, achar um absurdo, que não deveria ser assim, se perguntar cadê o amor e a consideração, mas são pensamentos e atitudes da mulher. O homem não pensa assim. Ele sempre pensa no que pode ganhar com suas ações. Sendo assim, você deve aprender a fazer um tipo de troca com o seu marido, que já é outra estratégia. Ele nunca vai ser igual a você e isso é um fato que você tem de aceitar. Ele não será organizado ou limpinho como você. Você pode aprender a negociar, a fazer uma troca. Ele vai aprender a fazer essa troca. Homem é competitivo e movido por resultados. Ele quer ver o resultado do trabalho dele. A mulher que é inteligente, em vez de brigar com o homem, de bater de frente com ele, tira vantagens dessa natureza humana masculina e ganha tudo o que quer do marido.

Para saber mais como resolver os problemas da
vida amorosa, participe das palestras da
Terapia do Amor, às
quintas-feiras. Em São Paulo, elas acontecem no
Templo de Salomão. Caso esteja fora da cidade, procure o endereço mais próximo de você, clicando aqui. A cada encontro, casais de noivos, namorados e os solteiros aprendem sobre o
amor inteligente e como desenvolver o relacionamento a dois.

imagem do author
Colaborador

Por Lorrainne Silva / Foto: Fotolia