“Meu esposo é viciado em videogame”

Veja o que Renato e Cristiane Cardoso pensam sobre este assunto

Imagem de capa - “Meu esposo é viciado em videogame”

Faz um bom tempo que os jogos de videogame viraram diversão também dos adultos. Mas essa atividade em excesso pode trazer um desequilíbrio no casamento, como no caso da aluna Rebeca. Seu marido é viciado em jogos e ela não sabe como agir. Os professores Renato e Cristiane Cardoso, do A Escola do Amor Responde, dão dicas essenciais quanto ao que fazer. Confira.

Rebeca – Meu esposo é viciado em videogame e isso o tem afastado muito de mim e da nossa família. O jogo o estressa bastante, ele não tem paciência e se tornou muito ignorante comigo. O que devo fazer?

Renato – Meu conselho é tanto para a Rebeca como para todas as esposas que sofrem com os maridos e também os maridos que sofrem com as esposas viciadas. O que acontece normalmente com o familiar depois que descobre o vício de um ente querido é se tornar refém daquele vício. Parece que é isso o que está acontecendo com você, Rebeca, pois o seu marido é viciado em jogos e acaba ficando estressado, como é comum ocorrer com quem se expõe a jogos violentos e agressivos. Aquela gana de querer passar de fase, de um nível para o outro, estressa e gera muita ansiedade nele. Consequentemente, ele não tem paciência com você e acaba sendo grosseiro. O pior erro é a pessoa que descobriu o vício se tornar refém disso e passar a pisar em ovos ao tentar falar com o viciado. A pessoa que está viciada se torna agressiva, com um comportamento totalmente inaceitável, e vê nessa reação dos familiares um tipo de cumplicidade: entende que eles se curvam diante das situações para não chateá-la. O viciado passa a reforçar ainda mais seu comportamento.

Cristiane – Você com certeza já falou com ele, já pediu para que ele pare, já brigou com ele, mas ele continua com esse joguinho de videogame, que é muito viciante. Infelizmente, hoje muitos rapazes, crianças e homens estão viciados e deixam a família e a vida de lado. Além de o jogo ser viciante, tem a possibilidade de jogar com outras pessoas e muitas delas vivem para isso, ou seja, ficam o dia todo jogando. São desde crianças até homens que não fazem nada na vida a não ser ficar dentro do quarto jogando videogame. Imagine o homem que tem o espírito de competição, começa a jogar videogame e tem outros homens que estão na frente dele e ele precisa ultrapassá-los, melhorar a pontuação. Justamente por causa da competição, ele passa a não ter tempo para a esposa porque imagina que se parar de jogar vai diminuir seu desempenho.

Renato – Tenho certeza de que na hora de trabalhar ele para e vai porque sabe muito bem os motivos que o levam para o serviço: se ele não for não vai ganhar dinheiro; se ele não for o patrão não vai aceitar a desculpa de que ele ficou jogando videogame; ele sabe que se não for vai sofrer as consequências e perder o emprego. Ao mesmo tempo, ele sabe que no casamento não sofre consequências.

Cristiane – Ou seja, a pessoa está sendo injusta com você e como você não exige justiça e ela não está perdendo nada, ela vai continuar a não fazer nada em relação ao comportamento inadequado. Só quando ela perder algo, quando se sentir injustiçada, vai fazer alguma coisa a respeito disso.

Renato – A verdade é a seguinte: sou eu quem dito os termos pelos quais as pessoas vão se relacionar comigo. Se eu aceitar que as pessoas me ofendam, vou viver com pessoas que me ofendem; se eu aceitar que as pessoas não me respeitem, vou viver sendo desrespeitado. Sou eu quem dito as regras. Se você convive com uma pessoa que chega em casa e não dá atenção para você – fica apenas na televisão, no celular, no videogame jogando horas e horas – e ainda a trata mal, como se você estivesse errada, e você deixa tudo por isso mesmo, o que você espera que aconteça? Agindo assim você está dizendo para essa pessoa que ela pode continuar. Só que um belo dia você acorda.

Cristiane – Você não está falando isso, mas é o que se entende de toda a situação que está relatando. O mais sábio é você encarar logo esse dia. Você tem que fazer algo para que ele veja que o vício dele está fazendo mal ao casamento de vocês, ou seja, muitas vezes você tem que deixar a pessoa sofrer um pouco as consequências de suas atitudes. Às vezes, a mulher quer agradar o esposo: faz o almoço, o jantar, põe a roupa para lavar e ele fica jogando o tempo todo. Mas, se você não fizer o jantar, se não tiver roupa para ele usar e se ele chegar em casa e você não estiver lá, ele vai sentir falta, perceber que alguma coisa está acontecendo e procurar saber o que ele fez para sofrer essa consequência.

Renato – Eu já seria mais radical. Eu prepararia as minhas coisas e iria para a casa dos meus pais. Quando ele chegasse em casa, ficaria apenas com o videogame dele. E, quando fosse procurar por mim, eu diria que ele está casado com o videogame e não comigo. Falaria que assim que se divorciar do videogame, me chame. Você não vai brigar, não vai fazer cena nem vai chorar. Você vai simplesmente ditar as regras, ser firme para colocar a condição de que não irá aceitá-lo viciado em jogos.

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Colaborador

Por Lorrainne Silva / Foto: Fotolia