Como se preparar para o futuro do trabalho?

Inteligência artificial e automação estão mudando o cenário de profissionais e empresas de diversas áreas. Saiba como lidar com essas transformações

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Você sabe como será o seu trabalho no futuro? O rápido avanço das tecnologias já está provocando transformações na forma como vivemos e trabalhamos. Hoje, é possível chamar táxi pelo celular, fazer compras de supermercado pela internet e tirar dúvidas com robôs conhecidos como chatbots.

Uma pesquisa da consultoria Ernst & Young aponta que 47% de todos os trabalhos serão impactados de alguma maneira pelo uso de tecnologias inteligentes até 2025. Quanto mais repetitiva e previsível for a tarefa, maior é a chance de robotização. Isso significa que muitas profissões atuais correm o risco de extinção ou de redução de postos. Por outro lado, atividades que requerem mais especialização, agilidade física e interações entre diferentes pessoas têm menos chance de ser robotizadas.

Enquanto atividades como operador de caixa e telemarketing tendem a reduzir o número de vagas, funções como cuidador, designer de realidade virtual, instaladores especialistas em tecnologia e fazendeiros urbanos são apostas da consultoria para os próximos anos. Segundo estimativa do Fórum Econômico Mundial, 65% das crianças que estão entrando agora no Ensino Básico trabalharão em empregos que ainda nem existem.

Preparo

Como se preparar para as mudanças que estão em curso? A criatividade e a capacidade de adaptação serão características cada vez mais valorizadas entre os profissionais, avalia Silmar Strubbe, especialista em gestão de pessoas e carreira. “Por mais que existam tecnologias e robôs, somos nós, seres humanos, que criamos essas máquinas; elas funcionam com imputs que nós colocamos”, diz.

Segundo ele, o cenário atual exige o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas complexos: “As pessoas precisam aperfeiçoar o pensamento crítico e desenvolver um novo olhar para as questões. Esse pensamento deve estar atrelado à resolução de problemas, é preciso entender a tecnologia e saber agir diante de falhas. A curiosidade e a imaginação também são importantes”, afirma Strubbe.

Estudo

Buscar conhecimento e desenvolver novas habilidades devem ser preocupações constantes, destaca Edson Moraes (foto abaixo), consultor de estratégia e coach executivo do Espaço Meio. “O segredo é basicamente não parar no tempo. Se você estiver antenado com o que está acontecendo, suas decisões serão mais assertivas e inteligentes. Não podemos parar de estudar. Cada um deve buscar seu próprio processo de aprendizado, incluindo cursos, participação em palestras, leitura de livros”, enumera.

O consultor indica que os trabalhos do futuro serão diferentes da forma como conhecemos hoje. “Estamos em um mundo com menos certezas. Em vez de se apegar a um emprego, o profissional precisa se preparar para ter habilidades e competências que possam ser aplicadas em diversos mercados, com diferentes tipos de pessoas”, esclarece.

Empresas

As transformações trazidas pelas tecnologias também desafiam empresas de todos os portes. Segundo a Ernst & Young, a retenção de talentos será um dos grandes gargalos. Um levantamento da consultoria aponta que apenas 27% das empresas se sentem preparadas para gerir os talentos do futuro.

Silmar Strubbe avalia que as organizações precisam desenvolver inovações e incentivar colaboradores a estudar e se atualizar. Segundo ele, essas atitudes podem aumentar a produtividade e a eficiência de processos. “As empresas devem estimular suas equipes internas a se preparar para as novidades. Quem não fizer isso vai ficar pelo caminho. Hoje, é necessário um misto entre teoria e prática, trabalhar o pensamento crítico e desenvolver, ao mesmo tempo, formas de colocar o conhecimento em ação”, detalha. Ou seja, em vez de esperar as mudanças acontecerem, as empresas devem estar um passo adiante.

Edson Moraes destaca a importância do desenvolvimento de lideranças: “As empresas precisam formar líderes, pois são eles que vão estimular o desenvolvimento de todos os profissionais.” Além disso, o consultor acrescenta que a tomada de decisões deve ser feita com base em tendências e sinais que apontem para possibilidades no futuro. Só assim é possível traçar estratégias e planos de ação. “O passado é fundamental, pois nos dá experiência e parâmetros, mas as decisões precisam focar no futuro. A dica é buscar tendências que permitam a avaliação e a preparação de estratégias para o que está por vir”, conclui.

Vida financeira

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Colaborador

Por Rê Campbell/ Foto: Fotolia e Cedida