Adolescente forja próprio sequestro para testar o pai
Rapaz justificou o ato dizendo que não recebia a atenção devida dentro de casa. Saiba como os pais devem lidar com os filhos
No dia 13 de julho, o senhor Zhu, chinês da cidade de Yan’na, recebeu um vídeo assustador em que seu filho de 18 anos de idade era torturado por dois rapazes. Com o vídeo veio o pedido: 100 mil iuanes de resgate (aproximadamente 46 mil reais).
O rapaz havia viajado poucos dias antes para trabalhar durante o verão em outra cidade, Taizhou. Assustado, seu pai ligou para a polícia imediatamente, deixou o emprego e viajou de carro até Yan’na. Enquanto isso, a mãe do rapaz passou a recolher doações de familiares para que eles pudessem pagar o resgate. A avó do menino ficou tão assustada que teve de ser hospitalizada.
Zhu e os policiais foram ao hotel onde o adolescente estava hospedado e encontraram seu quarto totalmente bagunçado. Enquanto investigavam o local, o próprio “sequestrado” chegou tranquilamente, afirmando que tudo não passava de um teste.
Zhu passou no teste
O jovem, que não teve o nome divulgado pela polícia, afirmou que, desde criança, sentia que seu pai não se importava muito com ele. Por isso resolveu fingir o sequestro com a ajuda de dois amigos, a fim de testar o quanto o senhor Zhu o amava. Uma vez satisfeito com o resultado de sua trama, confessou o “teste de amor” que havia elaborado.
Como consequência, o filho e seus amigos responderão a um processo por chantagem e extorsão.
Será que era verdade?
O sequestro, claramente, era mentira. Mas será que a falta de atenção de seu pai era verdade? O jovem alegou que precisava saber se o pai realmente o amava, pois o senhor Zhu pouco dava atenção para ele.
Infelizmente, esse é um dos grandes problemas que têm afetado o mundo, conforme o escritor Renato Cardoso, autor do livro “Casamento Blindado” explica:
“Uma das grandes vítimas da vida agitada que vivemos hoje é a família. Vamos considerar como muitas pessoas tipicamente gastam o seu tempo toda semana. Todos nós temos 168 horas a cada 7 dias, das quais, gastamos em média:
- 56 horas dormindo
- 40 horas trabalhando
- 14 horas comendo
- 14 horas usando a Internet
- 12 horas fazendo trabalhos domésticos
- 10 horas assistindo TV
- 8 horas no trânsito para ir e voltar do trabalho
O total, até aqui, é de 154 horas — sem contar o tempo com higiene pessoal, conversas telefônicas, idas ao banheiro, às compras, à igreja, ociosidade, jogos ou esportes, entre outras coisas. Você vai perceber que não sobra muito tempo para quase nada. Onde fica a família nessa equação? ”
A verdade é que a família acaba sendo deixada em terceiro, quarto, quinto plano. Tenta-se encaixar esposa, marido e filhos entre as outras atividades, nos raros espaços vagos.
“Não é de se espantar que os problemas de casamento, pais e filhos, irmãos e irmãs vão se instalando no meio das famílias. Quando menos percebemos, estamos vivendo como estranhos em casa. Há falta de sincronia. Um não sabe muito sobre o outro. O marido está desconectado da esposa. Os pais não sabem o que se passa com os filhos. E a casa vira um hotel. ”
Pare para refletir nesse momento: sua casa se parece com um hotel, onde as pessoas mal se falam e já não se conhecem mais? Se a resposta for sim, clique aqui e leia agora mesmo esse texto do escritor Renato Cardoso, explicando porque isso é tão prejudicial para sua família e como resolver o problema.
Será que era mentira?
O jovem chinês que fingiu sequestro pediu desculpas à sua família pelo erro que cometeu. Pode ser, então, que o senhor Zhu não fosse tão desatencioso. Mesmo assim o adolescente sentiu que precisava agir para arrancar uma reação de seu pai. Talvez, depois de refletir, ele tenha entendido que se enganou.
Essa confusão psicológica é normal nos adolescentes. Em um momento eles estão felizes, no outro estão insatisfeitos. Um dia a relação com os pais é maravilhosa, no outro qualquer pequena palavra se transforma em uma grande briga. Ontem ele pensava que seu pai não lhe dá atenção, hoje já mudou de ideia.
Nessa fase, é importante que os pais se mantenham equilibrados e consigam estabelecer um diálogo franco com seus filhos. De acordo com Renato Cardoso, “em uma família saudável a comunicação é aberta, honesta, e marcada por respeito mútuo. ”
Ou seja: os pais conseguem ouvir os problemas dos filhos e ajudar quando necessário. Da mesma forma, os filhos conseguem se abrir com seus pais sem precisarem tomar decisões irracionais, como forjar um sequestro.
“Em uma família saudável, cada um é respeitado como indivíduo, digno de atenção, que tem desejos e necessidades únicas”, afirma Renato.
Se dentro de sua casa essa não é a forma como as coisas acontecem, participe da palestra “Transformação Total de Pais e Filhos”, que acontece todos os domingos, às 18h, no Templo de Salomão, e descubra como melhorar o seu lar.