A polêmica exposição no sul do País: arte ou perversão?

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Vivemos em uma época em que nada mais passa despercebido aos olhos das pessoas, quer seja algo positivo ou negativo. Prova disso foi um fato recente que, nos últimos dias, ganhou repercussão nacional e até internacional na mídia, e – especialmente – nas redes sociais, desencadeada por uma polêmica exposição no Santander Cultural, localizado no Centro Histórico, bairro de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

A “Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira”, aberta no dia 15 de agosto último e prevista para ficar até 8 de outubro próximo, foi cancelada no dia 10 de setembro – quase um mês antes do previsto -, motivada por protestos de grupos no próprio centro cultural e, principalmente, nas redes sociais, por meio das quais os internautas bombardearam o perfil oficial da instituição, manifestando-se contra a mostra.

O conteúdo trazia mais de 270 obras de 85 artistas, provenientes de coleções públicas e privadas, porém, algumas delas, chocaram a maioria das pessoas, a exemplo de uma que exibia uma criança sendo segurada por dois adultos e um terceiro em cima dela, como se estivesse forçando-a a ter relações sexuais; outra, de um animal sendo segurado por uma pessoa e violentado por outra, além de outras imagens que associavam as religiões a algo profano, mensurando palavras de baixo calão, entre outras perversidades.

Tudo isso causou uma revolta quase que generalizada, classificando o que chamaram de “obra de arte” como algo imoral e abominável a qualquer pessoa, independentemente da crença ou opção sexual.

Face às duras críticas, o Santander emitiu uma nota oficial, pedindo desculpas pela mostra e a encerrou antes do previsto. Veja:

Nos últimos dias, recebemos diversas manifestações críticas sobre a exposição Queermuseu – Cartografias da diferença na Arte Brasileira, inaugurada em agosto no Santander Cultural. Pedimos sinceras desculpas a todos os que se sentiram ofendidos por alguma obra que fazia parte da mostra.

O objetivo do Santander Cultural é incentivar as artes e promover o debate sobre as grandes questões do mundo contemporâneo, e não gerar qualquer tipo de desrespeito e discórdia. Nosso papel, como um espaço cultural, é dar luz ao trabalho de curadores e artistas brasileiros para gerar reflexão. Sempre fazemos isso sem interferir no conteúdo para preservar a independência dos autores, e essa tem sido a maneira mais eficaz de levar ao público um trabalho inovador e de qualidade.

Desta vez, no entanto, ouvimos as manifestações e entendemos que algumas das obras da exposição Queermuseu desrespeitavam símbolos, crenças e pessoas, o que não está em linha com a nossa visão de mundo. Quando a arte não é capaz de gerar inclusão e reflexão positiva, perde seu propósito maior, que é elevar a condição humana.

O Santander Cultural não chancela um tipo de arte, mas sim a arte na sua pluralidade, alicerçada no profundo respeito que temos por cada indivíduo. Por essa razão, decidimos encerrar a mostra neste domingo, 10/09. Garantimos, no entanto, que seguimos comprometidos com a promoção do debate sobre diversidade e outros grandes temas contemporâneos.

Assista a reportagem especial do Domingo Espetacular, exibida no último domingo, 15 de outubro, pela Record TV, que debate os limites da arte após as polêmicas “exposições” do Rio Grande do Sul e a mais recente, a do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). Acompanhe:

E você? O que pensa a respeito deste polêmico assunto? Preparamos abaixo uma enquete e queremos saber a sua opinião. Participe e compartilhe com os amigos.

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Colaborador

Por Ivonete Soares / Fotos: Reprodução do Facebook Santander Cultural