Divórcio emocional

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No programa Escola do Amor Responde, uma aluna contou que é casada há cinco anos. Ela e o marido têm uma diferença de idade de oito anos, sendo que ela é mais velha do que ele. Ela comentou que o período de namoro e o primeiro ano de casamento foram uma bênção. Contudo, depois desse tempo, tudo mudou. Segundo a aluna, eles moram na mesma casa, mas têm pouco contato e até já falaram de divórcio. Essa situação tem feito com que ela adoeça, ao passo que seu marido está indiferente a tudo. Ela contou que está sem forças e que sente que o “divórcio emocional” aconteceu faz tempo.

ALUNA – Sou casada há cinco anos, temos uma diferença de idade de oito anos, sendo que sou mais velha do que ele. O nosso namoro e o primeiro ano de casamento foram uma bênção, mas, depois desse período, nós mudamos. Moramos na mesma casa, mas temos pouco contato, muitas vezes me sinto empregada e mãe dele e não esposa. Já tivemos várias conversas sem sucesso e promessas não cumpridas, falamos de divórcio várias vezes e esse sofrimento tem me levado a adoecer com nódulos, dores de cabeça, desânimo e depressão. Entretanto, meu marido está indiferente a tudo isso. Como se não bastasse, no aspecto financeira, eu banco as despesas da casa, como água, luz, telefone e comida, e ele apenas paga a prestação da casa e do carro. Ele decidiu devolver o carro, ou seja, agora ele paga só a prestação da casa. Ele faz cursos, faculdade e eu, não, pois as despesas são altas. Ele não me comunica nada antes de tomar iniciativas, somente depois. Estou sem forças e, muitas vezes, me sinto um lixo. A indiferença é dolorosa, não tenho carinho, não tenho sexo nem atenção. Quando o questiono, ele diz que faço tudo querendo recompensa. O que devo fazer para salvar meu casamento ou será que ele já está fadado ao divórcio? Eu sinto que o divórcio emocional já se instalou.

RENATO – O divórcio emocional é exatamente o que você vive dentro da própria casa: é como se já não fosse esposa e como se n ão tivesse uma vida a dois com o próprio marido.

CRISTIANE – O tempo só está contribuindo para que esse divórcio emocional se concretize ainda mais, porque você continua fazendo as mesmas coisas, ou seja, conversando, reclamando, pedindo, adoecendo e mostrando para ele o quanto está sofrendo. Nada disso está resolvendo a situação. Pelo contrário, você acaba se fazendo de vítima. As pessoas precisam entender que essas reações naturais e normais não resolvem os problemas.

RENATO – Você só não explicou por que tudo isso aconteceu, pois você disse que no namoro e no primeiro ano de casados estava tudo bem. Por que vocês mudaram? Toda mudança tem uma causa. Talvez você não saiba qual é ou ainda não tenha descoberto a raiz do problema. Não existe divórcio sem causa, tampouco divórcio emocional sem motivo. Se vocês chegarem ao divórcio de fato vai resolver alguma coisa? Não necessariamente. Você tem que buscar a razão do problema e lidar com isso. Ele diz que você “faz tudo por recompensa”. Isso, possivelmente, está relacionado à sua maneira de se comunicar com ele, porque eu tenho certeza que do outro lado da história de vocês há um homem frustrado também. Eu tenho certeza que ele não é feliz. Nenhum homem é feliz com uma esposa como você descreveu que é: deprimida, com dor de cabeça, problemas de saúde e tudo mais. Ele quer resolver o problema, mas, provavelmente, quando você o leva para ele, você faz isso de forma acusativa, em forma de cobrança e fala apenas dos erros dele. Então, ele rebate e diz que você reclama demais. Ele está errado, mas você tem que avaliar como está levando o problema a ele, ou seja, como está comunicando a situação.

CRISTIANE – Talvez você não saiba se comunicar e, provavelmente, quando menciona o assunto, se faz de vítima e seu marido fica como vilão. Você está sofrendo muito fisicamente, mas não vê que ele está triste, frustrado e tentando evitar o envolvimento no casamento. Você só vê o que está sentindo e não vê o mesmo nele. Assim, ele se sente atacado e, por isso, não vai querer resolver nada. Pelo contrário, ele vai querer se defender.

RENATO – Você precisa conversar com alguém e sair desse impasse antes que definhe. A Terapia do Amor vai ajudá-la a fazer isso. Eu a convido para estar conosco e buscar esse apoio, pois a Terapia do Amor tem a parte da palestra e a do aconselhamento individual. Reconheça quando a ajuda externa é necessária e que ela tem que ser dada por pessoas preparadas e que não estejam envolvidas emocionalmente com você. Na Terapia do Amor, nós seremos imparciais e mostraremos para você o seu erro e o do seu marido. Nós também aconselharemos você como resolver seu problema.

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Colaborador

Kaline Tascin / Foto: bymuratdeniz/getty images