Os riscos da pré-diabetes

No Brasil , já são 14 milhões de pessoas vivendo nesta condição, que exige tanta atenção quanto o próprio diabetes. Saiba como tratar

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Segundo a Federação Internacional de Diabetes, 12,5 milhões de brasileiros têm diabetes e 14 milhões são pré-diabéticos. Infelizmente, o número de pré-diabéticos é superior ao de pessoas com a doença. Isso mostra a gravidade do problema, pois, quando a condição não é tratada, ela pode evoluir para o diabetes tipo 2. Em 2017, 4 milhões de pessoas morreram no mundo inteiro em consequência do diabetes.

No Brasil, os dados também chamam a atenção: entre os anos de 2010 e 2016, cerca de 407 mil pessoas morreram por este motivo. De acordo com a Pesquisa Vigitel de 2017, 7,6% da população das capitais brasileiras é portadora da doença. O indicador aumenta com a idade: pessoas com mais de 65 anos representam 24% dos diabéticos. A taxa de incidência da enfermidade também é maior entre pessoas com baixa escolaridade.

Perigo
Antes que o diabetes tipo 2 se desenvolva, há quase sempre um período de pré-diabetes, em que os níveis de açúcar no sangue estão em uma zona de perigo – ele está acima do normal, mas abaixo do nível considerado como de portador do diabetes. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), quando o resultado em jejum varia de 100 mg/dl a 125 mg/dl, é sinal de que o paciente pode ter esta condição. Neste caso, é preciso fazer um teste oral de tolerância à glicose (conhecido como curva glicêmica).

Quando a pessoa tem pré-diabetes, o pâncreas começa a produzir insulina em excesso, para tentar diminuir o nível de açúcar no organismo. Hoje em dia, o tratamento do diabetes consiste em verificar regularmente o nível de açúcar no sangue e injetar insulina para mantê-lo sob controle. A doença não tem cura, mas pode ser evitada – pelo menos quando se trata do tipo 2.

Ao ser diagnosticado, o paciente precisa entender que a doença, quando não tratada, pode trazer complicações graves, como problemas cardiovasculares e insuficiência renal crônica. “Muitas pessoas apresentam doença cardiovascular já na fase pré-diabética. Por isso, é importante que o paciente vigie o nível de colesterol, esteja atento à pressão arterial e ao peso para evitar complicações”, explica Jacira Caracik, endocrinologista e diretora da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) Regional São Paulo.

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Colaborador

Maiara Máximo / Arte: Éder Santos