A fé livrou Tailane Santos de entrar para as estatísticas

Conheça a história da contadora de 29 anos que encarou a depressão, doença que atinge 322 milhões de pessoas no mundo, e se libertou do desejo de acabar com a própria vida

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Nascida na Bahia, no município de Ipiaú, a contadora Tailane Santana Santos, de 29 anos, cresceu em um lar tranquilo e em que havia diálogo e boa convivência. Tudo mudou quando o relacionamento dos seus pais começou a ruir. “Foi uma fase de muitas brigas e, por causa de ciúme, ocorreu a separação. Tive mágoa do meu pai e achava que minha mãe não ficava em casa por causa dele”, conta. Ela veio para São Paulo ainda na infância e, aos 18 anos, começou a notar que um vazio a incomodava. Ela buscou preenchê-lo à sua maneira.

“Queria conquistar as coisas e ter um emprego estável. Depois, quis um automóvel e tive. Só que a alegria era momentânea. Nada era suficiente. Achei que se encontrasse uma pessoa para amar o vazio seria resolvido.”

Tailane passou a investir todas as suas fichas na vida amorosa. Mas os anos seguintes foram de frustrações. “Por carência, depositei meus sonhos em uma relação de três anos que chegou até a ter agressão verbal e física. O noivado acabou por causa de uma traição e, por vingança, busquei outros relacionamentos para mostrar que estava bem”, conta.

Essa atitude defensiva, no entanto, só demonstrava que algo não estava bem dentro dela. “Passei a ter o mau hábito de guardar raiva, rancor e, quando notei, já estava me descontrolando no meio da rua. Eu não tinha equilíbrio emocional. Também cheguei a ter muita dor nas costas, insônia e não me alimentava direito. Sentia uma tristeza sem motivo que me deixava no chão, derrubada. Minha mãe, ao notar minhas reações, procurou ajuda médica. Na primeira consulta com o psiquiatra, fui diagnosticada com depressão”, afirma.

LUTA DESLEAL
O tratamento foi à base de medicamentos ansiolíticos (tranquilizantes) aliados a psicoterapia, com sessões semanais ou quinzenais. “Eu precisava tomar medicação para conviver com as pessoas, pois não tinha mais equilíbrio emocional. Até porque, se estivesse no ambiente de trabalho e quisesse chorar ou gritar, como aconteceu, eu fazia isso. A pior parte de tudo era ouvir que deveria tomar medicação, que eu tinha um problema de saúde e que sem o remédio eu não teria uma vida normal”, relembra.

Tailane chegou a ponto de desejar ter câncer para se livrar da dor que sentia. “Dizia à minha mãe que queria morrer. Como morava em um sobrado, pensava em me jogar da sacada e acabar com aquela agonia. Era um vazio tão grande que eu não via solução.”

NÃO É FRESCURA
A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que 18,4% da população mundial sofre com a depressão, o que corresponde a 322 milhões de indivíduos. No Brasil, 5,8% dos habitantes sofrem com ela. Vale ressaltar que, entre os países da América Latina, o Brasil é o que mais tem pessoas depressivas. A doença, além de incapacitante, pode levar a pessoa a cometer suicídio.

Apesar da divulgação de muitas informações para esclarecer que se trata de uma doença, muitas pessoas ainda dizem que depressão é frescura. Tailane conta que sentiu isso na pele. “As pessoas me falavam que era frescura, já que eu tinha uma vida boa, família, carro e uma profissão. Só que isso não era o suficiente para mim. Eu não conseguia trabalhar direito, me desenvolver e, como lidava com o público, me via prejudicada nesse aspecto. Sempre fui sonhadora, mas a depressão acabou com os meus sonhos. Cheguei a pedir dispensa do emprego e perdi a vontade de viver. Se não fosse pela fé, hoje eu estaria nas estatísticas de suicidas no Brasil.”

UM CONVITE
A contadora conheceu a Universal depois de aceitar o convite para ir à Igreja feito por uma amiga. Tailane participou de uma reunião no Templo de Salomão em 2015. “No primeiro dia, eu já sabia que estava no lugar certo”, relata. Ela resolveu frequentar as reuniões e confiar na Palavra de Deus. Tailane conviveu com a depressão diagnosticada durante seis meses. Ela conta que, nos meses seguintes, usando a fé, ela já não tinha sintomas da doença. “A cada semana, fui melhorando de forma incrível. Não precisava mais de medicação para ficar bem com meu físico nem para dormir”, recorda.

Ela afirma que, além da depressão e da insônia, venceu também a angústia que sentia e que hoje, finalmente, é uma pessoa realizada. “Percebi que precisava do Espírito Santo, que Ele poderia me satisfazer e saciar e que Ele era do tamanho certinho do vazio que eu tinha. Hoje, sou a pessoa mais feliz do mundo. Graças à Palavra e à obediência, me libertei da depressão”, conclui.

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: Demetrio Koch e Gettyimages