Os riscos de agir por impulso

A macrossérie Jezabel mostra o resultado dos atos de Raquel, interpretada por Sthefany Brito. Muitas pessoas, como ela, não controlam as emoções

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O comportamento impulsivo da israelita Raquel, personagem vivida pela atriz Sthefany Brito, pode ser acompanhado ao longo dos capítulos da macrossérie Jezabel, da Record TV, assim como os resultados de sua imaturidade. Porém, eles não são exclusividade da personagem. O mesmo acontece com aqueles que agem de forma inconsequente e emocional, ou seja, cedo ou tarde, as consequências batem à porta.

Na trama, Raquel é filha de Emanuel (Henri Pagnoncelli) e Yarin (Andrea Avancini) e se coloca em situações desconfortáveis. Apesar de assumir sua fé em Deus, ela a contraria porque deixa a impulsividade, a teimosia e certa imprudência comandarem suas ações várias vezes. Raquel se envolve com Micaías (Guilherme Dellorto), filho do profeta Inlá (Leonardo Franco) e de Rebeca (Talita Castro). Como ela, o jovem é impetuoso, porém escuta quando alguém o corrige.

Logo nas primeiras cenas da macrossérie, o temperamento de Raquel fica evidente. No sexto capítulo, ela interrompe a comitiva da princesa fenícia Jezabel (Lidi Lisboa). Ela enfrenta o general Hannibal (Rafael Sardão) e é repreendida por seu irmão mais novo, Noam (Luckas Moura). Já no capítulo 10, ela confronta Jezabel pessoalmente e se recusa a pedir desculpas. Só muda de opinião porque fica sob ameaça de perder o pai. Mas isso não é suficiente e, na manhã seguinte, incita o povo a se rebelar na porta do palácio e não leva em conta um possível final trágico que atitude pode causar.

Uma cena exibida recentemente trouxe uma reflexão ao público. Raquel é alertada pela família a não ir à taberna do comerciante Phineas (Eduardo Lago) para tentar ajudar Temima (Juliana Schalch), que se submete a um trabalho humilhante no local, porém ignora os conselhos. Na volta, é seguida por um desconhecido e é vítima de abuso sexual. Obviamente que nada justifica tal atrocidade. Raquel não teve culpa, mas reconhece que suas atitudes impulsivas a levaram a caminhos ruins. Embora sua intenção de auxiliar a amiga fosse boa, ela se expôs negativamente.

Quais são as consequências?
Em Provérbios 13.16 está descrito que “o homem sensato sempre pensa antes de agir, mas o tolo anuncia a sua ignorância” e vemos que essa atitude acontece independentemente de a pessoa frequentar ou não a Igreja. No entanto o fato de a pessoa se declarar cristã torna essa questão surpreendente, já que, se ela está exposta às orientações da Palavra de Deus, seria coerente que suas escolhas fossem pautadas nelas.

No fundo, a pessoa impulsiva não confia nem em Deus nem em si mesma. É essa emoção, esse imediatismo, que leva muitas pessoas a fecharem os olhos para a falta de compatibilidade, de espiritualidade e até de caráter da pessoa que escolheram para se relacionar, por exemplo, arrasta tantas para dívidas e para a bagunça financeira ou que convence muitas a bancarem a heroína ou o herói e “emprestar seu nome” para alguém. O final dessa história é conhecido. Há também as que não têm limites ao falar e, por isso, se colocam em situações de conflito. A pessoa impulsiva perde a noção do que pode acontecer quando ela toma determinada atitude.

A impulsividade é tão séria sob a ótica bíblica que a Palavra de Deus adverte quanto aos votos de tolo, que ocorre quando, sem pensar, a pessoa se propõe a fazer algo com boa intenção, mas de forma irracional. “Laço é para o homem o dizer precipitadamente: É santo! É só refletir depois de fazer o voto” (Provérbios 20.25). Já em Provérbios 19.2 está escrito que “peca quem é precipitado” e que “não é bom proceder sem refletir”.

Reflexão
O grande trunfo que os filhos de Deus têm é exatamente ter acesso à Presença de Deus, ter o selo do Espírito Santo. Mas se uma das virtudes do fruto do Espírito é justamente o domínio próprio (Gálatas 5.22), ou seja, moderação, equilíbrio, bom senso, controle e sobriedade, por que muitos, a exemplo de Raquel, são inconsequentes e impulsivos em seus relacionamentos, conversas e decisões?

Enquanto ao Espírito Santo cabe o papel de orientar, à pessoa cabe o de obedecer. Se ela vai ou não fazer isso, é outra história. Cada um aproveita o livre-arbítrio que foi dado por Deus da maneira que achar melhor.

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: Edu Moraes