Ela usou a fé para ser curada por dentro e por fora

A auxiliar administrativa Erica Cardoso, de 39 anos, libertou-se dos problemas espirituais e restabeleceu sua saúde

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Diante de uma doença incurável, a fé pode ser o último recurso, mas também pode ser usada para curar dores internas, para levar a pessoa a Deus e para conquistar e manter a Salvação. Quando a fé salvadora chega à vida de alguém, o buraco que existia na alma, a dor e a angústia deixam de existir e o Espírito de Deus entra em seu lugar e causa uma revolução em sua vida.

Quem constatou isso foi a auxiliar administrativa Erica Cardoso, (foto abaixo) de 39 anos. Ela ressalta que sua infância não foi tranquila. “Aos 7 anos, ouvia vozes, via vultos e sentia que alguém estava atrás de mim. Também sofri muito com a separação dos meus pais”, recorda.

Sua adolescência também não foi fácil. “Conheci o cigarro aos 13 anos e logo vieram as festas. Assim, descobri as drogas. Usava muita cocaína, bebia todos os dias, procurava preencher o vazio e a solidão de qualquer forma, mas a tristeza só aumentava. Com isso, veio minha primeira tentativa de suicídio. Tomei uma cartela de remédios controlados e só acordei quase uma semana depois no hospital”, detalha.

Aos 15 anos, ela engravidou e chegou a morar na rua quando sua filha tinha apenas 9 meses. “Foi quando conheci um rapaz que prometeu cuidar de nós. Em um mês e meio já estávamos morando juntos, mas minha vida virou um inferno ainda maior. Ele me batia, pois tinha um ciúme doentio. Descobri que ele também era usuário de drogas. Conheci o crack”, conta. Logo depois, Erica descobriu a gravidez do segundo filho.

Erica foi espancada pelo parceiro e fugiu. “Tentei me matar novamente. Fumei mais de 50 pedras de crack. Passei vários dias usando a droga até apagar de exaustão”, relembra. Ela perambulou pelas ruas por algum tempo até voltar para a casa da mãe, de quem estava afastada desde a gestação da primeira filha. Nesse período, sua mãe conheceu a Universal.

Um tempo depois, ela descobriu que estava grávida pela terceira vez. “Usei crack todos os dias da gestação. Quando minha filha nasceu, ela tinha problemas de má-formação. Foi quando cheguei à Igreja. Comecei a fazer as correntes e minha filha ficou bem. Me libertei dos vícios e da depressão e segui firme na fé. Eu achava que sim. Me tornei obreira e permaneci quatro anos. Daí recebi a notícia de prisão de um familiar querido. Ouvi críticas duras de uma pessoa da Igreja e senti um ódio muito grande. Saí de lá e fui a uma loja de conveniência comprar um maço de cigarros. Ali começou minha verdadeira ruína”, expõe.

A dor, naquele momento, foi maior do que tudo o que ela já havia enfrentado. “Tudo o que passei a vida inteira não chegava aos pés do que sofri nesses dois anos afastada. Tinha casa, carro, emprego, porém o vazio tinha retornado. Voltei a cheirar cocaína, a ver vultos, ouvir vozes e sofria com terror noturno”, diz Erica, que se envolveu com um traficante. Quando ele foi preso, ela entrou em choque.

“Tentei o suicídio pela terceira vez. Arrumei tudo para me enforcar. Meu irmão, por telefone, ao perceber algo estranho na minha voz, perguntou o que estava acontecendo. Ele não frequentava a Igreja, mas me levou até lá em uma sexta-feira, em março de 2012. Me libertei, me batizei nas águas na quarta-feira e, no domingo seguinte, tive minha primeira experiência com Deus.”

Descoberta
Quando já estava firme na fé, ela descobriu que estava com um problema de saúde. Ao participar de uma campanha de doação de sangue, promovida pela Força Jovem Universal (FJU), foi informada um mês depois pelo hemocentro que precisava retornar ao local. “Lá, o médico e a assistente social me levaram para uma sala e contaram que tinha sido detectado o vírus da hepatite C, que contraí quando compartilhei drogas.”

Erica, que é de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, foi encaminhada para a capital para iniciar o tratamento. O único sintoma notado era a pele amarelada.

A hepatite C
Segundo o Ministério da Saúde, a doença é causada pelo vírus C (HCV), que se aloja no sangue. Entre as causas destacam-se a transfusão de sangue e o compartilhamento de seringas para uso de drogas. Entre os sintomas estão cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. O tratamento depende do tipo de vírus.
“Os médicos disseram que não tinha cura. Na mesma hora, dei risada. O médico perguntou se eu tinha noção do que é a doença e respondi: ‘doutor, não tenho noção da doença, mas tenho da grandeza do meu Deus. O senhor pode falar o que quiser, mas a palavra final vem dEle.’”

Escolha
Erica iniciou o tratamento da cura com a água consagrada e a resposta veio. Um novo exame ficou pronto e deu negativo. “O médico disse que era impossível, que o vírus estava no sangue e não tinha como sair. Nos meses seguintes, foram marcados mais três exames. Todos tiveram resultados negativos”, diz. Ela alcançou a cura do corpo e da alma e hoje ajuda pessoas que sofrem como ela já sofreu. Ela é casada e atualmente é obreira e voluntária do Grupo do Resgate.

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: Lucas Eduardo