“Eu fui atingida, mas não tinha sido derrotada”

Como os que são da fé reagem a um diagnóstico negativo? Diante de um câncer, a esposa de pastor Luzicleide de Sousa Santos livrou-se das dúvidas e foi para o Altar

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A fé nos permite questionar o inquestionável, não se aquietar diante das dificuldades e buscar em Deus respostas que não podem ser ditas por homem algum. É essa fé, ousada, que Luzicleide de Sousa Santos, de 46 anos, prega há 20 anos ao lado de seu marido, o Pastor Erivan Nascimento dos Santos. Eles já passaram pelos estados de Paraíba, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e São Paulo. Atualmente servem a Deus no Templo de Salomão, na capital paulista.

Ela chegou à Universal há 25 anos, convidada por um colega de escola que era obreiro. “Estava muito triste por causa de uma desilusão amorosa. Também enfrentava um problema familiar.”

No final de 2018, Luzicleide realizou exames de check- up, como faz rotineiramente. Um nódulo na mama esquerda foi detectado e precisou ser retirado.

O resultado da biópsia apontou um carcinoma papilífero de 1,5 centímetro, tipo raro de câncer de mama que geralmente se localiza nos ductos maiores. O grau do tumor era o G2, quando ainda restam partes saudáveis de mama, apesar de as células malignas continuarem se dividindo.

O poder da fé
A doença foi descoberta quando o casal estava na cidade de Campina Grande, Paraíba. O câncer já dava indícios, pois, além de sangramento na mama, incomodava. O diagnóstico, entretanto, não contrariou a fé que estava dentro dela. “Eu falei com Deus e pedi para

Ele me ajudar. Também foi fundamental conversar com meu esposo, pois unimos ainda mais a nossa fé. Não foi fácil ouvir da médica que precisaria fazer uma segunda cirurgia para retirada da mama com urgência.

 

Dependendo do caso, faria quimioterapia. Fiquei sem palavras e até chorei, mas a minha fé me fez reagir. Lembrei-me de uma palavra do livro de Jó 4.3-5: ‘Eis que tens ensinado a muitos e tens fortalecido mãos fracas. As tuas palavras têm sustentado aos que tropeçavam e os joelhos vacilantes tens fortalecido. Mas agora, em chegando a tua vez tu te enfadas; sendo tu atingido te pertubas?’ Eu fui atingida, mas não tinha sido derrotada. Ergui a cabeça, me vesti de uma coragem que só os da fé entendem e fui em busca do milagre que só Deus poderia me proporcionar.”

Depois do resultado da biopsia e das palavras dos especialistas, ela buscou a resposta no Altar. “Quando recebi o diagnóstico, faltavam cinco dias para a Fogueira Santa de Israel, em dezembro de 2018. Não pensei duas vezes, conhecíamos o poder do Deus de Abraão, sabíamos que Ele faria o milagre, então, fomos certos de que o milagre aconteceria. Descemos dali em paz. Foi minha vida pela vida de Deus.”

Após participar desse propósito de fé (você poderá saber mais sobre o assunto na página 16), outras intervenções foram necessárias. Uma delas, chamada linfonodo sentinela (biopsia que detecta comprometimento linfonodal e incidência de sequelas), mostrou que não havia comprometimento. Ela fez, também, a biopsia de congelação (que analisa o fragmento biopsiado) e não foi mais detectada
nenhuma malignidade.

O exame conclusivo, realizado em fevereiro deste ano, atestou a ausência de neoplasia. Além disso, outros exames como o de sangue, cintilografia óssea e ultrassonografia de abdômen total também tiveram resultados normais.

“Quando a médica viu o resultado do exame ficou muito feliz e, ao mesmo tempo, sem entender. Mas a fé trás o impossível. Ela é o que nos impulsiona a viver o impossível diariamente. A fé precisa ser sincera e ardente, isso é primordial para a cura do corpo e da alma. Ela é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos (Hebreus 11.1). Sem fé é impossível chamar a atenção de Deus.”

queles que enfrentam qualquer problema, Luzicleide orienta: “Somos diariamente levados a ensinar as pessoas sobre a fé e confiança em Deus nas horas difíceis, e, se ensinamos, devemos viver. Quando alguém alcança um milagre batemos palmas, nos alegramos, mas você não tem noção do que é ser um milagre de Deus, o que é ter uma experiência tão gloriosa. É ser a própria bênção”, conclui.

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: Vinicius Gomes