Evangelizar no trabalho: certo ou errado?

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Em 2016, a enfermeira Sarah Kuteh, de 50 anos, foi demitida do hospital em que trabalhava na Inglaterra e teve sua licença profissional cancelada. A dispensa se deu após a queixa de um paciente de câncer que ela tentou evangelizar e a quem disse que só o Senhor Jesus poderia curá-lo.

Sarah, natural de Serra Leoa, na África, trabalhava havia 15 anos como enfermeira no NHS, o sistema público de saúde do Reino Unido.

Na ocasião, ela ofertou sua Bíblia ao paciente que se preparava para uma cirurgia e o levou a cantar com ela o Salmo 23. O enfermo, alarmado, se queixou à direção do hospital e disse que o episódio foi “muito bizarro” e parecia um quadro de um grupo humorístico de TV.

Em 2017, ao recorrer na Justiça, Sarah obteve de volta o direito de exercer a enfermagem, mas não o emprego. Voltou a recorrer neste ano, mas não conseguiu de novo.

Não deve ser uma imposição
Embora Sarah seguisse o que achava certo, pode não ter feito isso da forma correta. Evangelizar requer preparação, como a que é dada ao Grupo da Saúde da Universal: voluntários, com permissão das instituições de saúde, conversam com os pacientes e levam a eles o suporte da Palavra.

O fervor da enfermeira foi mal aplicado. Cabe aqui dizer que é preciso ser sábio até para evangelizar, pois não são só as palavras que expressam a fé, mas as atitudes também.

Quem convence as pessoas e desperta nelas o desejo da Salvação é o Espírito Santo. Impor e obrigar a sua fé ao outro pode ter um efeito contrário. Pode irritá-lo e afastá-lo ainda mais da Palavra.

Mau testemunho?
Ela prometeu à direção do hospital que não faria mais isso, mas não cumpriu o prometido. Será que o paciente ficaria irritado se Sarah mostrasse sua fé por meio de sua conduta? Não podemos afirmar isso, mas é possível imaginar que ele poderia enxergá-la de outra maneira.

A lição que fica dessa história é que é preciso capacitação para falar da Palavra de Deus. Você deve evangelizar no trabalho e em outro lugar qualquer, mas precisa se lembrar que o exemplo fala mais alto do que qualquer explanação. Não adianta se tornar uma pessoa incômoda ou até mesmo insistente. Se a quem se oferece a Palavra passar a achar o evangelista chato e inconveniente, certamente ele não vai querer se tornar alguém assim.

Então, antes de convencer alguém, conquiste o seu respeito por meio de suas atitudes. Mostre-se sempre uma pessoa melhor. Dessa forma, ganhar almas se tornará uma tarefa simples, respeitosa e, principalmente, eficiente. Pense nisso.

*Colaborou: Sara Oliveira

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Colaborador

Marcelo Rangel* / Fotos: Reprodução