Lição de hoje: gratidão e empatia

Conceituada escola ensina seus alunos a dizer uma palavra que pode ser o começo de uma sociedade melhor: “obrigado”

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O colégio interno inglês Eton, um dos mais tradicionais do mundo, tem uma matéria no currículo chamada gratidão.

A escola fundada em Windsor em 1440, que já formou os príncipes William e Harry e 19 primeiros-ministros britânicos, agora inclui em seus ensinamentos dizer “obrigado” ao receber ações de gentileza, como alguém abrir uma porta ou dar uma informação, e também nos casos de grandes atos de bondade.

Muitos questionam em que ponto termina a educação dada pela família à criança e em que começa o que deve ser ensinado pela escola. A atitude do Eton mostra que, em uma sociedade cada vez mais individualista, esse valor tão importante, a gratidão, pode não estar sendo passado às novas gerações em seus lares. E são os ingratos e gratos de hoje que educarão a próxima geração.

O colégio de príncipes e ministros tem tradição na formação do caráter e detectou que seus alunos precisavam interagir de uma forma mais humana e direta nesses tempos tão virtuais. A ação tem o objetivo de promover a empatia, segundo seus diretores. Jonnie Noakes, professora de inglês e chefe de ensino e aprendizagem do Eton, disse numa entrevista: “você pode ensinar a identificação com os outros.”

Bruce Hood, professor de psicologia da também inglesa Universidade de Bristol, considera que “estamos vivendo em um ambiente com grandes desafios para o bem-estar mental. Especialmente entre as gerações mais jovens, pois a maioria das pessoas pensa que o caminho para a felicidade é somente ter sucesso no emprego, salários, bens materiais e relacionamentos”, disse ao jornal londrino Daily Mail.

Obviamente, o conceito de que a gratidão aproxima as pessoas é bem mais antigo. Um Mestre bem acima dos catedráticos de Eton ensinou isso. Certa vez o Senhor Jesus foi abordado de longe por dez leprosos que Lhe pediram a cura. Eles a receberam e seguiram felizes seus caminhos. Apenas um se deu ao trabalho de voltar, louvar a Deus e agradecer ao Messias, que questionou: “Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.” (Lucas 17.17-19).

Os outros nove estavam felizes pela cura da doença física, que os colocava à margem da sociedade. Já o único que fez questão de dizer “obrigado” o fez porque tinha fé suficiente para sua cura ser bem maior que a do corpo. Ele tinha uma vida renovada em todos os sentidos, pois estava mais próximo do Altíssimo a partir daquele momento. Os professores do Eton estão certos: a gratidão nos aproxima mesmo, inclusive de Deus.

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Colaborador

Marcelo Rangel / Foto: iStock