Ele era um perigo para a sociedade

Saiba como Mateus Santos saiu do mundo do crime para uma vida de dedicação ao próximo

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Aos 13 anos, Mateus Santos, hoje com 21 (foto acima), morava com a mãe em uma comunidade no Rio de janeiro, estudava e tinha uma vida comum, mas se aproximou de traficantes. “Certo dia, um gerente da comunidade colocou um fuzil na minha mão e dali em diante eu só queria ficar com esse pessoal. Mesmo sem pertencer ao tráfico, eu já corria da polícia e passava madrugadas na boca de fumo”, se recorda.

Mateus diz que não ouvia os conselhos da mãe e que quanto mais ela o alertava mais ele se afastava dela e mergulhava na criminalidade. Ele ressalta que corria sérios riscos de morte e que perdeu muitos colegas.

“Aos 15 anos, ‘assinei’ com a boca de fumo. Então, comecei a fazer as chamadas ‘operações’, como trocar tiros com a polícia e com facções rivais, vender drogas, fazer covardia com muitas pessoas, além de andar nas comunidades para pegar armamentos e drogas. Ganhava muito dinheiro, mas dentro de mim sentia um vazio que nada preenchia”, relata.

Aos 16 anos, foi apreendido pela primeira vez em uma operação policial por associação ao tráfico. Depois de passar um mês em uma unidade socioeducativa, ele recebeu o benefício de prestação de serviço comunitário e podia trabalhar, mas não fez nada disso e se empenhou ainda mais no crime.

Passados seis meses, o jovem foi apreendido de novo. Desta vez por associação e tráfico de drogas. Foi levado para outra unidade socioeducativa, mas pulou o muro e fugiu do local no mesmo dia.

“Havia um mandado de prisão e eu estava sendo caçado pela polícia por tráfico e assalto à mão armada. Fui para uma comunidade em São Gonçalo, abri uma boca de fumo e coloquei menores para vender drogas para mim”, diz.

Nova chance

Mateus afirma que sentia uma estranha sensação de que morreria a qualquer momento. Por isso, só ia à boca de fumo nos finais de semana para levar mais drogas e pegar dinheiro.

Em uma sexta-feira de 2015, ele foi convidado por um rapaz para uma reunião na Universal. No início, resistiu, mas, por insistência do rapaz, decidiu ir à Igreja.

“Fui com ele por três semanas e, depois de uma vigília, tive um encontro com Deus. Me arrependi do que fazia e voltei para casa diferente. Uma semana depois, me entreguei para a Justiça, estava disposto a crer nesse Deus que tinha me limpado e me perdoado. Fiquei preso e paguei minha pena. Não foi fácil, mas Deus me sustentava”, conta.

Depois de ficar livre e sem dívidas com a Justiça, ele passou a servir na Obra de Deus. Hoje, ele se dedica como pastor na Universal e usa seu testemunho para ajudar outros jovens. Seu maior prazer é ver pessoas mudando de vida graças ao encontro com Deus.

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Colaborador

Kelly Lopes / Fotos: Cedidas