A cura do homem “do pulmão misterioso”

Regiane Souza das Neves conta como seu pai, José Carlos de Souza, encontrou na fé a solução para um câncer em estágio avançado

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Em maio do ano passado, José Carlos de Souza, de 74 anos (foto acima), estava com um resfriado forte e uma tosse incessante. A gripe foi embora, mas a tosse continuou. Então, sua filha, Regiane Souza das Neves, de 45 anos, o levou ao hospital. Na tentativa de alívio dos sintomas, ele passou a tomar um xarope expectorante por conta própria. “Meu pai nunca gostou de ir ao médico”, relata Regiane. “Ele perdia o fôlego de tanto que tossia. Passamos em um pronto-socorro em Santo André, região metropolitana de São Paulo, onde foram feitos exame de sangue e um raio X, que apontou vários nódulos no pulmão”, conta.

Foi então que veio o pedido de internação, no dia 19 de julho de 2018. Para o pneumologista e oncologista, a suspeita era que José Carlos estivesse com câncer e, para investigação, foi realizada uma laringotraqueobroncoscopia com biópsia. No dia 21, o oncologista, mais uma vez, alertou a família da suspeita de carcinoma maligno nos dois pulmões e que esperaria pelo resultado definitivo na semana seguinte. José Carlos, então, recebeu alta, mas deveria tomar as medicações em casa. Na data marcada, Regiane e o esposo foram ao hospital receber o diagnóstico e veio a confirmação: adenocarcinoma invasivo, já em estágio 4.

O médico desenganou José Carlos e uma medicação paliativa foi prescrita, pois não havia mais o que fazer, segundo os especialistas.

Reação
José Carlos não acreditou quando recebeu a notícia. “De certa forma, nós já suspeitávamos, porque meu pai fuma desde os 13 anos. A partir desse fato, ele mesmo falou: ‘vou ao Altar’. Mas, de fato, ou era Jesus ou o cemitério”, afirma Regiane.

Ele já estava na Universal há anos, sem, no entanto, se entregar totalmente a Deus. Sua esposa, Rita Ferreira de Souza, de 70 anos, conhece a Universal há 37 anos e até frequentou a Igreja que ficava em um antigo cinema no bairro do Brás.

Com o susto, José Carlos percebeu que era o momento de tomar uma atitude. Ele se batizou na semana seguinte e parou de fumar. Além do câncer, um enfisema pulmonar também foi detectado. O acompanhamento foi realizado em um hospital de referência em São Paulo.

O tratamento
“Na primeira semana de agosto, começamos a vir no Templo de Salomão e já estava acontecendo o propósito do lenço consagrado. A condição física do meu pai era ruim e ele tinha dificuldade de sair de casa. Ele não tinha fôlego, mas vínhamos mesmo assim. Ele tinha tosse constante e foi observando isso que notamos que a mão de Deus começou a agir. Mesmo sem medicação, a tosse cessou”,
conta Regiane.

Em outubro, ele teve uma embolia pulmonar, caracterizada pelo bloqueio da artéria do pulmão, e também uma inflamação por causa da quimioterapia. Ao todo, seis sessões seriam realizadas, além de seis sessões de imunoterapia. Ele realizou cinco sessões de quimioterapia, porque a última foi cancelada em razão da inflamação.

A imunoterapia também foi suspensa e o tratamento seguiu com medicamentos para impedir uma nova embolia. Inalações também eram realizadas duas vezes ao dia, de manhã e à noite. “Durante todo esse período, fizemos o uso do lenço consagrado nas reuniões, do jeitinho que o Pastor Guilherme (Grando) nos ensinou”, diz Regiane.

Ela relata que a doença passou a regredir de um modo que espantou os médicos. “Em janeiro deste ano, foi feito um novo exame. O médico passou a chamá-lo de ‘homem do pulmão misterioso’, porque a inflamação que constava na parte baixa do pulmão migrou para cima, apesar de não ter como a inflamação se locomover. E, de lá para cá, só fomos tendo notícias boas”, continua.

No final de março, o oncologista disse que o novo exame estava excelente. “Meu pai não gostava muito de saber da evolução e não perguntamos nada sobre o tamanho dos tumores. Um novo exame foi solicitado para o final de abril. Quando passamos no pneumologista, nos atrevemos a perguntar. Foi quando o médico nos disse: ‘não tem tamanho de tumor, porque não tem tumor. Aqui só tem cicatrizes. Posso passar a medida das cicatrizes, se quiserem, mas tumor não tem. Sumiu.’ E ficou provado que Deus fez um milagre. A inalação foi suspensa e o médico até falou para jogar os remédios fora. A respiração e a frequência cardíaca estavam iguais às de uma pessoa que nunca teve nada no pulmão.”

Para José Carlos, a experiência o fez repensar não apenas na debilidade física, mas na espiritual. “Mudei minhas atitudes, passei a orar e a buscar mais a Deus. Aprendi que a verdadeira fé exige de mim a obediência, pois, quem crê, obedece. E foi na obediência que alcancei o milagre”, declara ele.

Já Regiane comenta que a família compara os nove meses passados com um novo nascimento. “Meu pai pesava 50 kg e hoje está com 12 quilos a mais. Antes, ele não aguentava subir escada e hoje até brinco que tenho que correr para alcançá-lo. Uma vizinha teve câncer e falou que essa doença não tinha cura, que não tinha jeito, mas a fé mostra que tem.”

Que doença é essa?

O câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). O tabagismo é considerado a causa principal para seu desenvolvimento e até ex-fumantes estão no grupo de risco. Outro fator que pode desencadeâ-lo é a idade: ele costuma afetar pessoas com idades entre 50 anos e 70 anos. Os sintomas mais comuns são tosse persistente, dor no peito, rouquidão, perda de peso e de apetite, fraqueza e falta de ar. Para o diagnóstico, recomenda-se raio X do tórax, broncoscopia e biópsia. O tratamento é feito por uma equipe multidisciplinar, com radioterapia e quimioterapia. Quanto à prevenção, é importante evitar o tabagismo, inclusive o passivo (quando a pessoa não fuma, mas acaba inalando a fumaça de um ou mais fumantes) e também a exposição a alguns agentes químicos.

Fonte: Instituto Nacional de Câncer

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: Cedidas