Ela descobriu uma anomalia rara

Diagnosticada com um problema cardíaco, Luziana Rodrigues trocou as palavras negativas que ouviu pela fé e, dessa forma, contrariou o parecer médico

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A baiana Luziana Rodrigues de Souza, de 37 anos, sentia um cansaço anormal. Ela enfrentava dor e ficava com falta de ar até ao conversar. Fazia ginástica, mas não conseguia realizar todas as atividades. Em 2012 ela soube que aquela fadiga excessiva não era usual. Um dia sentiu uma dor forte e se deitou no chão. “Passei muito mal, fui ao hospital fazer exames e descobri que tinha uma artéria fora do lugar”, explica Luziana, que foi diagnosticada com origem anômala da coronária esquerda a partir do tronco pulmonar. O problema é uma má-formação congênita rara, que compromete a circulação e, em boa parte dos casos, é potencialmente letal se não for diagnosticada e tratada precocemente.

A doença pode provocar dor torácica, insuficiência cardíaca e morte súbita. A taxa de mortalidade é alta logo no primeiro ano de vida, mesmo com tratamento clínico. “Depois percebi que poderia ter infartado”, ressalta.
A literatura científica mostra que raramente crianças com esse diagnóstico chegam à idade adulta e os médicos contaram para Luziana que os pacientes da primeira infância podem sobreviver até dez anos. Por isso, o caso de Luziana deixou até os especialistas estrangeiros surpreendidos. Ela diz que escutou de um deles: “ela tem 33 anos e ainda não morreu?”

Diagnóstico preciso
A suspeita era de que havia uma veia entupida e ela relata que foi feita uma tentativa de desobstrução por meio de um cateterismo.Nesse tipo de procedimento cateteres são inseridos nos vasos sanguíneos das pernas ou dos braços e guiados por meio de um equipamento até o coração. “Fechei os olhos para não ver e, quando os abri, tinha mais de dez médicos ao meu redor. Como não conseguiram fazer pelos braços, a tentativa seguinte seria pela virilha”, destaca. Mas isso não aconteceu.

Luziana precisou permanecer 20 dias internada até que seu problema fosse descoberto. A anomalia foi diagnosticada por meio do teste ergométrico (teste do esforço), pois o eletrocardiograma, mais indicado para a detecção da doença, já tinha levantado uma suspeita quanto ao problema.

Sua filha, Crislaine Souza dos Santos, de 19 anos, foi convidada para ir à Universal. Foi determinada a buscar a cura da mãe. Desde então, aquela situação não a assustou mais. Crislaine passou a enxergar o problema com os olhos da fé. “Eu, com uma angústia no peito, e minha filha na fé, em paz. Eu pensava: ‘como a Cris mudou.’”

Estudo de caso
Ainda em 2012, o tratamento medicamentoso teve início, mas não apresentou resultados satisfatórios. “A equipe esperava que fizesse efeito dentro de três anos, mas viu que não tinha mais jeito”, revela. Então, uma cirurgia para correção do problema foi realizada em junho de 2015. Nesse período, ela passou também a ir à Igreja. Em um ato de fé, começou a fazer propósitos, como o da água consagrada, determinando que haveria um milagre. “Os médicos disseram que, se eu sobrevivesse, seriam necessários tratamento e cuidados permanentes. Dessa forma, eu poderia sobreviver mais uns 25 anos e sentindo dor. Inclusive, investigaram fora do Brasil um caso parecido e registraram o meu caso também. Todos queriam assistir à cirurgia. Foi algo que chamou a atenção de todo o hospital.”

No coração e na alma
Mas, além do problema no coração, Luziana enfrentava outra dor. “Eu já tinha depressão quando descobri a doença, mas depois ela se agravou. Cheguei a ficar cinco dias sem tomar banho. Disse ao médico que não estava dormindo à noite e que chorava muito. Então, ele me passou um remédio. Tomei uns quatro meses e só dormia graças a ele. Tomava às 19h30 e acordava só ao meio-dia do dia seguinte.”

Ela salienta que tudo mudou quando recebeu uma visita. “O pastor foi à minha casa perguntar se eu precisava de ajuda. Ele teve essa preocupação. Se ele não tivesse ido, sei que não estaria aqui. Falo que foi na Universal que encontrei forças e onde fui curada.”

Hoje, quatro anos depois da cirurgia, ela diz que para a medicina é uma sobrevivente, pois ouviu dos médicos que seu problema não tinha solução. Entretanto ela atribui à fé o fato de levar uma vida normal, como se nada tivesse acontecido. “Não sinto dor, falta de ar, nada disso”, finaliza Luziana, que deixou de lado as palavras de desânimo e permitiu que a fé prevalecesse.

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: Demetrio Koch e Cedidas